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A educação financeira é pedra angular para desenvolver mercado de capitais

EM ANÁLISE

Os bens públicos são aqueles que não são exclusivos e não têm rivalidade no consumo, isto implica que todos podem beneficiar de educação financeira sem que isto diminua o valor desta e sem restringir o acesso à educação financeira para outra pessoa, melhorando a compreensão colectiva das oportunidades e riscos existentes e fortalecendo a integridade do mercado.

No contexto actual, caracterizado por rápidas oscilações em variáveis económicas que afectam directamente a nossa situação financeira, somos frequentemente desafiados a redefinir as nossas prioridades, o que impacta directamente a satisfação das nossas necessidades futuras. Esta situação, embora venha afectando os angolanos na sua generalidade, também tem validado a hipótese de que o nível de literacia financeira de determinada pessoa pode ser visto como um elemento crítico para prever o impacto que os choques económicos terão nas suas finanças pessoais.

Isto resulta de uma constatação similar à de Richard Thaler e Cass Sunstein (2008), de que a educação financeira pode constituir um "empurrão" que leva a bons comportamentos a jusante, como um melhor planeamento financeiro, uso racional do crédito, escolha adequada de instrumentos de poupança, prevenção contra fraudes financeiras, contratação de seguros e afins, fazendo com que o indivíduo educado financeiramente constitua uma linha de protecção adicional aos seus próprios interesses. Neste sentido, Benjamin Franklin terá sido feliz ao afirmar que "um investimento em conhecimento paga os melhores juros", máxima que se torna ainda mais relevante quando falamos sobre o funcionamento que se quer ver eficiente dos mercados de capitais.

De acordo com a forma semi-forte da Hipótese dos Mercados Eficientes (Fama, 1970), os preços dos activos reflectem todas as informações publicamente disponíveis e os agentes económicos reagem de forma rápida e racional às informações disponibilizadas. No entanto, para que esta eficiência seja alcançada, é necessário que todos os participantes do mercado tenham capacidade de interpretar estas informações de maneira eficaz, de tal modo que a falta dessa capacidade fomenta um dos maiores desafios para a eficiência dos mercados financeiros, a assimetria de informação.

As assimetrias de informação são uma fonte de ineficiência económica onde determinados participantes do mercado estão melhor informados do que outros, podendo tirar maior proveito das oportunidades do mercado e prevenindo-se mais correctamente sobre os riscos existentes, enquanto os outros, ao não estarem devidamente informados, ficam mais expostos aos riscos do mercado, o que pode levar à tomada de decisões erradas, distorções nos preços dos instrumentos negociados, perda de confiança no mercado e riscos de contágio que emanem destes riscos individuais.

Leia o artigo integral na edição 802 do Expansão, de sexta-feira, dia 15 de Novembro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui.

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