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A era da economia digital. Será este o momento de África

CONVIDADO

É essencial que os governos africanos, sector privado e a sociedade civil trabalhem em conjunto para garantir que todos os africanos beneficiem desta revolução. Com a abordagem certa, a África tem potencial de não apenas ocupar o seu lugar na Indústria 4.0, mas de se tornar um líder nesse novo mundo digital.

A história da humanidade é um verdadeiro fenómeno aleatório constituído por períodos de crise e progresso, de conflitos e paz, de decadência e renascimento. Desde os primórdios da civilização, a humanidade tem-se reinventado, inovado e transformado de forma marcante.

No século XX, a humanidade testemunhou uma série de evoluções tecnológicas que culminaram na era digital e do conhecimento. A invenção do microchip, que assinalou o início da era dos computadores; o advento da internet e a globalização abriu as portas do mundo digital de informação e conectividade. Hoje, estamos imersos na chamada Revolução 4.0 ou Indústria 4.0, marcada pela fusão de tecnologias entre o mundo físico, digital e biológico.

Apesar das inúmeras possibilidades que esses avanços oferecem, o ritmo acelerado da evolução tecnológica levanta discussões sobre os seus possíveis riscos e impactos sociais. Um dos temas mais discutidos actualmente é o impacto dessas tecnologias no mercado de trabalho. As projecções variam, contudo, existem estudos que apontam que mais de metade das profissões actuais podem ser automatizadas nas próximas décadas. É, pois, inegável que os avanços tecnológicos têm proporcionado grandes benefícios para a humanidade, no entanto, olhando para o caso de África, um continente cujo crescimento demográfico, muitas vezes, supera o crescimento económico, muitas questões se nos colocam:

01. Quais os principais impactos do avanço tecnológico para o continente africano?;

01. Que estratégias devem os governos africanos e o sector privado adoptar para, em conjunto, garantir que todos os africanos beneficiam desta revolução?

A evolução tecnológica tem alterado significativamente a forma como os negócios são realizados em todo o mundo. Em África, a história não é diferente. O relatório de 2019 do Banco Mundial sobre a Economia Digital, apresenta um aumento robusto no comércio digital, nos serviços financeiros digitais e uma economia digital emergente. O Índice de Transformação Digital da Huawei coloca a África do Sul na liderança da jornada de transformação digital em África, graças aos progressos verificados ao nível da Infra-Estrutura Tecnológica, inovação e capacitação, tendo desenvolvido, nos últimos anos, várias áreas tecnológicas, incluindo Computação em Nuvem, Big Data, Inteligência Artificial e Internet das Coisas. Segue-se o Egipto, que fez progressos notáveis na criação de um ecossistema digital, particularmente, em áreas como o Comércio e Governação Digital e Infra- -Estrutura Tecnológica. O Quénia completa o pódio, enquanto país conhecido pelo seu progresso notável nos pagamentos digitais e telecomunicações, liderando a África em termos de penetração móvel e uso da internet. A nível local, Angola tem dado passos interessantes, a destacar:

¦ Hoje, o país tem uma rede de cabos de fibra óptica que se espalha por milhares de km, conectando vários centros urbanos e potenciando uma maior penetração da internet em áreas rurais.

¦ Governação Electrónica: projecto de Modernização do Estado e do Ordenamento do Território, visando acelerar a transformação digital e providenciar serviços públicos digitais integrados, o SEPE, resultando numa gestão mais eficiente e efectiva dos serviços públicos.

¦ Banca Digital: muitos bancos angolanos agora têm uma presença digital forte, oferecendo aos seus clientes uma gama de serviços bancários online, incluindo Mobile Banking e Internet Banking.

Apesar destes progressos assinaláveis, ainda há oportunidades que devem ser exploradas:

Do ponto de vista económico, com tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e robótica, uma nova era de eficiência e produtividade é desbloqueada contribuindo para o crescimento industrial e geração de emprego, possibilitando que empresas africanas inovem e concorram no mercado global. Além disso, a digitalização dos serviços financeiros, através do crescimento das fintech, pode aumentar o acesso ao crédito e serviços bancários para as populações anteriormente "desbancarizadas", permitindo uma maior inclusão financeira.

Leia o artigo integral na edição 780 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Junho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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