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Ah... o amor!

EM ANÁLISE

Somos seres que buscam a conexão e a interacção, que buscam semelhanças, que se juntam em ódios comuns também. Quem somos nós sem os outros? E quem são esses outros que amamos, no local de trabalho? E que tipos de amor podem existir, afinal?

Pode parecer um pouco estranho falar de amor quando falamos de ambiente corporativo, mas, na verdade, passamos tantas horas no local de trabalho, dia após dia, que, afinal, estranho seria se não houvesse amor: amor pelo trabalho, amor pela função, amor pelo desafio, amor pela empresa, amor por nós próprios, e, de várias formas e em diferentes graus, amor por outras pessoas!

Somos seres que buscam a conexão e a interacção, que buscam semelhanças, que se juntam em ódios comuns também. Quem somos nós sem os outros? E quem são esses outros que amamos, no local de trabalho? E que tipos de amor podem existir, afinal?

A Sandrinha dá um abraço à Mónica e começam a rir. Claramente, sentem-se bem juntas. São amigas e colegas há sete anos, almoçam juntas, fofocam juntas, já choraram juntas. Contam tudo uma à outra, apoiam-se, gostam da companhia uma da outra. A amizade é forte, o amor sincero.

O João, o José e o Edson são cambas. Estão na área de TI e os colegas chamam-lhes ora "TIgémeos", ora "TIgénios". Têm a sua própria linguagem e piadas que só eles entendem. Ninguém consegue imaginar o departamento de TI sem qualquer um deles.

O Alexandre nutre uma paixão silenciosa e obsessiva pela Marta, a nova recepcionista. Já sofreu horrores pela recepcionista anterior, a Carla, e também pela Amélia, antes da Carla, mas sente que esta nova paixão é muito maior e muito mais verdadeira. A Marta é simpática, mas não lhe dá a atenção que ele precisa, e ele sente que vai morrer

O Miguel e a Francisca só trocam olhares, no open space, por cima dos ecrãs dos computadores. Olhares tão profundos, que parece que os colegas, o trabalho e o mundo desaparecem e só eles existem. Já desceram juntos, uma vez, no elevador, mas não conseguiram dizer nada um ao outro. Só levantaram os olhos do chão quando o Miguel saiu e ficou a olhar para trás, para a Francisca, enquanto as portas do elevador se fechavam.

Ah... o amor! Actualmente, diz-nos Paul Kleinman (2012), há quatro teorias básicas que explicam o amor:

01. As escalas de Rubin sobre o amar e o gostar.

O psicólogo Zick Rubin é o criador de um dos primeiros questionários capazes de medir o amor entre duas pessoas, permitindo perceber se apenas gostamos de alguém, ou se estamos verdadeiramente apaixonados.

Rubin defende que o amor romântico é composto por apego (necessidade de estabelecer um vínculo), cuidado (valorização das necessidades da outra pessoa, tanto quanto das nossas) e intimidade (capacidade de compartilhar pensamentos, emoções, necessidades). Já o gostar seria composto por calidez (sensação de cordialidade e bem-estar), proximidade e admiração pelo outro. Se a amizade se tornar mais física e a necessidade de compartilhar a vida mais profunda, passar-se-á da amizade ao amor.

02. O amor apaixonado e o amor companheiro, de Elaine Hatfield.

A psicóloga Elaine Hatfield considera que existem apenas duas formas de amor: amor apaixonado e amor companheiro.

O amor apaixonado implica sentimentos de intensa excitação sexual, atracção, afecto, emoção e uma forte necessidade de estar com o outro. Este tipo de amor dura, geralmente, de seis a 30 meses, mas pode transformar-se em amor companheiro.

O amor companheiro inclui sentimentos de vínculo, respeito, confiança, afeição e compromisso, e dura mais tempo que o amor apaixonado.

O amor pode ainda ser recíproco, conduzindo à exaltação e à satisfação, ou não correspondido, conduzindo ao desespero e à desesperança.

03. Os seis estilos de amor de John Lee.

Para John Lee, tal como há três cores primárias, há também três estilos básicos primários de amor:

¦ EROS: amar uma pessoa ideal, física e emocionalmente.

¦ LUDOS: amor vivenciado como um jogo ou conquista (podendo resultar em múltiplos parceiros).

¦ STORGE: Amor que deriva de uma amizade de longa data.

Leia o artigo integral na edição 747 do Expansão, de sexta-feira, dia 20 de Outubro de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)