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Grande Entrevista

"Não haverá mais de 15% dos automóveis a circular com o seguro obrigatório"

Paulo Bracons, vice-presidente da ASAN

Dois factos vão marcar o futuro do sector dos seguros a médio prazo: a privatização da ENSA e a publicação do novo Regime Jurídico dos Seguros e Resseguros. E também a necessidades de aumentar a penetração que é nesta altura muito baixa, apenas 0,7%. É preciso massificar os seguros automóvel e de saúde

Curiosamente, se olharmos para as demonstrações financeiras das principais seguradoras em 2020, apesar da pandemia, as coisas até correram bem. Qual é a sua análise?

Em termos de prémios acabou por não correr mal de todo, mas o ano foi influenciado por um aumento muito significativo dos prémios do Oil & Gas, que estão associados à desvalorização cambial, porque a generalidade daquele risco é colocado no mercado de resseguro. Se retirarmos o Oil & Gas das contas, o crescimento do sector segurador esta" substancialmente abaixo do valor da inflação, que esteve à volta dos 25%.

Mas houve também uma redução importante de custos.

Houve! Houve uma diminuição importante de custos para as empresas por um lado, mas por outro, nos ramos de maior margem técnica também houve um decréscimo de receita. O automóvel continuou a decrescer em 2020, o de saúde cresceu, mas como sabe ele tem coberturas de internamento e de ambulatório, e as do ambulatório são um puro produto de consumo. Há estudos hoje, ainda não aplicados a Angola porque não temos cá esses dados, que alguma redução de sinistralidade que houve no ramo de saúde vai-se pagar agora nos anos mais próximos.

Porquê?

Porque houve patologias que não foram tratadas e que este ano já, e em 2022, irão se manifestar. E com o adiamento dos tratamentos, actualmente prevêem-se aumentos de custos no ramo saúde, até muito significativos.

(Leia o artigo integral na edição 642 do Expansão, de sexta-feira, dia 17 de Setembro 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)