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Grande Entrevista

"Pretendemos acelerar a nossa operação em Angola com um crescimento forte de dois dígitos"

RODRIGUE BILA, VICE-PR. DA COCA-COLA ÁFRICA

O vice-presidente da Coca-Cola para a África Ocidental, Ilhas e África Central esteve recentemente em Angola para lançar o "casamento" com a Refriango depois do "divórcio" com o Grupo Castel e ao Expansão fala do futuro que pretende para a marca no País.

A Coca-Cola tem uma longa história em Angola que vem desde o tempo colonial. Neste momento como vê o País enquanto investidor e enquanto gestor de uma grande marca internacional?

Deixe-me começar por dizer que nós estamos muito comprometidos com Angola, tal como acontece em vários países em África. Nos últimos anos a economia angolana foi bastante atingida pela situação da Covid-19 e também por problemas macreconómicos. Hoje estamos muito contentes por ver que a economia está a reacelerar e a recuperar das situações do passado, na perspectiva de um investidor isto é muito interessante.

Por vezes também é interessante ouvir a opinião de alguém de fora. Qual é a sua perspectiva sobre a economia angolana?

Esperamos realmente que a economia possa recuperar e estamos preparados para assumir uma parte activa nesta nova dinâmica, nesta dinâmica de recuperação, e para cumprir o nosso papel no País ao nível da sustentabilidade das comunidades e das pessoas que trabalham connosco.

Para uma multinacional como a Coca-Cola, quais são os principais requisitos para investir em determinado país? O que procuram?

Para nós é fundamental que os investimentos em todos os países, e especificamente em Angola, possam beneficiar toda a cadeia de valor envolvida nas nossas actividades, desde distribuidores, engarrafadores, mas também os retalhistas e aqueles que fazem negócios connosco todos os dias, como a mamã que vende na rua e alimenta a família com essa actividade. Todas estas pessoas fazem parte de um ecossistema que lhes deve beneficar. Estamos comprometidos com a comunidade onde operamos, mas acreditamos que é preciso desenvolver programas de sustentabilidade. Queremos aumentar o nosso volume de negócios em Angola mas também vamos contribuir para a economia do País.

Nos últimos anos, além da recessão económica também se verificou uma enorme desvalorização da moeda nacional, realidade que afecta directamente empresas e consumidores. De que forma gerem estas questões?

É muito simples, quando temos uma recessão e uma crise económica é importante reiventarmos, é importante operar de uma forma que se adeque ao contexto. Por isso, há alguns tempos atrás tivemos que reavaliar a forma como actuávamos em Angola, melhorar a nossa produtividade, gerir melhor os custos de produção, reduzir os desperdícios. Estamos mais eficientes e isso é o mais importante. Estas mudanças também requerem investimento para garantir que todo o ecossistema que beneficia da actividade não está a ser severamente atingido. Investimos muito em melhorias na nossa eficiência, surgimos com diferentes embalagens, mais baratas, mais leves, para assegurar que podemos continuar a entregar os nossos produtos com um custo optimizado.

Recentemente também foi público que mudaram de estratégia em África, foram tomadas várias decisões importantes e na sequência destas mudanças decidiram terminar a relação com o grupo Castel em vários países africanos. Por que razão se afastaram do grupo Castel?

Há alguns meses atrás, a Unidade de Operações em África (Africa Operating Unit em inglês) tomou grandes decisões estratégicas que resultaram na mudança de parceiros locais em 14 mercados africanos. Angola faz parte desta mudança. Encerrámos a parceria anterior no fim de Maio e agora estamos com a Refriango desde 1 de Julho. A Refriango é a nossa parceira oficial em Angola para todas as bebidas gaseificadas (Coca Cola, Fanta, Sprite e Schweppes). É uma grande mudança e estamos confiantes. A nossa relação com a Refriango começou no ano passado, há cerca de um ano, com os sumos Minute Maid e desde essa altura que estamos alinhados numa visão comum. Esta parceria vai olhar para novos investimentos, criar mais postos de trabalho e isto vai ajudar a economia e também toda a nossa cadeia de valor.

(Leia o artigo integral na edição 683 do Expansão, de sexta-feira, dia 15 de Julho de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)