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África

Zâmbia: moeda cai e dívida agrava com mudanças no banco central

Substituição do Governador do Banco Central da Zâmbia criticada por ministro das finanças da África do Sul

A decisão do Presidente Edgar Lungu de demitir o governador do Banco Central da Zâmbia, Denny Kalyalya, e substitui-lo pelo ex-vice-ministro das Finanças, Christopher Mphanza Mvunga, provocou um vendaval, com efeitos na queda da moeda nacional, que este ano perdeu mais de um quarto do seu valor face ao dólar, e no aumento dos encargos com títulos da dívida. "É bastante surpreendente porque Kalyalya teve um desempenho excelente em circunstâncias muito extremas", comentou Trevor Simumba, economista de Lusaka, em declarações à Bloomberg, notando que os contornos da demissão dão "um sinal muito negativo".

Num lacónico comunicado onde anuncia a rescisão do contrato com o governador "com efeitos imediatos", o Presidente Lungu não explica as razões. Mas a decisão levanta preocupações entre os investidores sobre a independência do banco central, depois de Kalyalya pedir repetidamente ao governo para reduzir o défice fiscal, num contexto de agravamento da dívida pública e de queda das reservas em moeda estrangeira.

O "mini-ciclone" provocado pela demissão do governador do banco central gerou um coro de críticas de economistas e analistas financeiros e extravasou as fronteiras. O ministro das Finanças sul-africano, Tito Mboweni, criticou a decisão do Chefe de Estado zambiano, num comentário no Twitter, que motivou uma advertência do Presidente da África do Sul.

"A independência do banco central é fundamental. Não negociável. Que todos os banqueiros centrais falem", escreveu Tito Mboweni, que foi governador do Banco de Reserva da África do Sul entre 1999 e 2009, num tweet onde exorta o Presidente Lungu a explicar porque demitiu Denny Kalyalya.

O tweet do ministro das Finanças sul-africano gerou mal-estar político e obrigou a presidência a vir a público dizer que "as lamentáveis observações não reflectem as opiniões do governo sul-africano e do seu povo".

(Leia o artigo integral na edição 589 do Expansão, de sexta-feira, dia 28 de Agosto de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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