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África

Egipto volta a ultrapassar a Nigéria como maior economia em paridade de poder de compra

ANGOLA SURGE EM 7º EM TERMOS DE PPC EM ÁFRICA

Resultados mostram que a produção foi dominada por 12 países: Egipto, Nigéria, África do Sul, Argélia, Etiópia, Angola, Costa do Marfim, Gana, Quénia, Marrocos, Sudão e Tanzânia. Juntos representaram 75% do PIB africano.

O Egipto, com 1,6 biliões USD, voltou a ultrapassar a Nigéria como a maior economia de África em termos de Paridade do Poder de Compra (PPC), revelam os últimos dados do Programa de Comparação Internacional (ICP) do Banco Mundial para África referente a 2021, que actualiza dados de 2017. A Nigéria vem em 2.º, com um PIB-PPC de 1,2 biliões USD e a África do Sul surge em 3.º lugar, com 844,7 mil milhões USD. Entre as cinco maiores economias da região estão a Argélia (569,6 mil milhões USD) e a Etiópia (382,3 mil milhões USD).

As percentagens das maiores economias africanas no PIB- -PPC total do continente são o Egito (22,9%), a Nigéria (14,7%), a África do Sul (10,3%), a Argélia (7,0%) e a Etiópia (4,7%). Angola, em 7.º lugar em termos de PPC, representa 3,1% do PIB- -PPC africano, valor que desce para 2,5% em termos de taxas de câmbio de mercado.

Os resultados actualizados de África no ICP 2021, divulgados pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), mostram que as 52 economias africanas que participaram no programa expandiram 28,5% em relação ao valor de referência de 2017 e que a participação do continente nos investimentos globais atingiu 3,3% contra 2,4% em 2017.

A maior economia do mundo, em termos de Paridade de Poder de Compra foi a China, com um PIB- -PPC de 28,8 biliões USD, representando 18,9% do PIB global. Os Estados Unidos ocuparam a 2.º posição, com 15,5% do PIB mundial e a Índia ficou em 3.º, com 7,2%.

A paridade do poder de compra (PPC) é um parâmetro muito utilizado para comparações internacionais, porque remove as distorções causadas pelas diferentes taxas de câmbio, custos de vida e rendimento das populações. O cálculo do PPC tem por base uma cesta internacional, cujo preço na moeda local de cada país é comparado ao preço da mesma cesta em dólares americanos, demonstrando com mais assertividade a produção total da economia de um país.

Em termos de taxas de câmbio de mercado, o Egipto, com um PIB de 462,9 mil milhões USD, continua a ser a maior economia do continente, secundada pela Nigéria (438,9 mil milhões USD), África do Sul (421,6 mil milhões USD), Argélia (163,5 mil milhões USD) e Marrocos (141,8 mil milhões USD).

Modelo herdado da colonização

Globalmente, os resultados revelam que a economia africana produziu bens e serviços no valor aproximado de 8,2 biliões USD em 2021, representando apenas 5,4% da produção mundial. Isto é fruto de "um modelo económico herdado da colonização e mantido ao longo dos anos, em que África é um exportador de matérias- -primas e um importador de bens transformados", escreveu Gilberto António, conselheiro do secretário-geral da Zona de Comércio Livre Continental, numa publicação na rede social X. "África tem 30% das reservas minerais do mundo, mais de 40% do ouro, mais de 60% do cobalto, 90% da platina e as maiores reservas de diamantes e urânio. Mas a sua quota no PIB Mundial em termos de PPC é de apenas 5,4%", o que, segundo o economista, "mina a inspiração para o desenvolvimento do continente".

As cinco maiores economias de África (Egipto, Nigéria, África do Sul, Argélia e Etiópia) representam, em conjunto, 59,5% do PIB do continente, revela o BAD, a agência que implementou e financiou as atividades do ICP 2021. Os resultados mostram ainda que a produção do continente foi dominada por 12 países: Egipto, Nigéria, África do Sul, Argélia, Etiópia, Angola, Costa do Marfim, Gana, Quénia, Marrocos, Sudão e Tanzânia. Colectivamente representaram 75% do PIB de África em termos de PPC.

Trinta e seis países africanos representavam individualmente menos de 1% da produção da região e colectivamente representavam 13,04% do PIB-PPP total da região, revela o BAD.

Medido em PIB real de PPC per capita, os cinco países mais ricos de África são as Seicheles (29.711,9 USD), as Maurícias (22.246,1 USD), o Gabão (19.546,4 USD), a Guiné Equatorial (18.180,2 USD) e o Egipto (17.158,4 USD). Os 10 primeiros países incluem o Botswana (16.651,5 USD), a África do Sul (14.222,7 USD), a Argélia (12.893,2 USD), a Tunísia (12.159,1 USD) e a Namíbia (10. 705,2 USD).

Em relação ao índice do nível de preços (PLI), o Zimbabué apresenta os preços mais elevados do continente, seguido de Cabo Verde, Djibuti, Seicheles e África do Sul. Os níveis de preços são mais baixos no Sudão, Egipto, Angola e Etiópia. O PLI é o rácio entre o PPC de um país e a taxa de câmbio da sua moeda em relação ao dólar americano.

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