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África

OPEP+ sacode pressão da Casa Branca e explica que está a agir como um "regulador responsável"

Tensão entre os Estados Unidos e a OPEP+

Os Estados Unidos acusam os países da OPEP+ de não quererem usar a sua capacidade neste momento crítico de recuperação da economia global, os países produtores de petróleo liderados pela Arábia Saudita dizem que só estão a contribuir para uma "maior clareza do mercado"

A reunião desta quinta-feira da OPEP+ não trouxe nada de novo, e ninguém esperava que trouxesse, apesar da pressão da administração Biden. Os Estados Unidos estão dispostos a "usar de todas as ferramentas" para reduzir os preços do petróleo e acusam a OPEP+ de não usar a sua capacidade no mesmo sentido, numa altura em que os preços estão tendencialmente altos. E acusam em particular a Arábia Saudita e Rússia pela intransigência. Mas o grupo, a que se juntou a Rússia em 2016, mantém o seu plano do Verão, e há três meses consecutivos que vem afirmando isso mesmo reunião após reunião.

Os preços do petróleo estão próximos dos valores máximos dos últimos sete anos, numa altura em que a actividade económica ainda não recuperou totalmente para os níveis pré-pandémicos, com os preços da energia a atingirem valores surpreendentes e a inflação tida como uma preocupação.

Após a reunião desta quinta-feira, os preços do petróleo caírem 2% e estão agora nos 80 dólares o barril.

A Arábia Saudita defendeu sua posição, justamente nesta quinta-feira, afirmando que a organização dos países produtores de petróleo estava a agir como um "regulador responsável" ao aumentar gradualmente a produção de petróleo em 400 mil barris por dia a cada mês.

O príncipe Abdulazib bin Salman, ministro da Energia saudita, afirmou que "o que vimos nos últimos meses, repetidas vezes, é que os mercados da energia devem ser regulados, caso contrário, as coisas vão descambar".

Não por acaso, os países da OPEP+ funcionaram em frente única contra os Estados Unidos, incluindo México e Emirados Árabes Unidos.

Em comunicado, a OPEP+ diz que deseja "fornecer clareza ao mercado" num momento em que fora dos mercados do petróleo as energias estão sob forte instabilidade e volatilidade, em concreto, os mercados do carvão e do gás, cujos preços estão a subir de uma forma mais descontrolado do que o petróleo.

Entretanto, a Casa Branca já adiantou que está a monitorar as acções da Rússia nos mercados de gás natural, com os preços na Europa e na Ásia particularmente altos, subindo cinco vezes mais este ano.

De acordo com o plano atual, a Opep + adicionará 400 mil b/d todos os meses até o final de 2022, restabelecendo a produção de petróleo que sofreu cortes abruptos, também por pressão dos Estados Unidos, durante a pandemia.