Banco Mundial revê em alta crescimento da África subsariana
O crescimento económico da África subsariana deverá atingir este ano os 5,2%, em média, acima dos 4,9% anteriormente previstos, impulsionado pelo crescente investimento em curso na exploração de recursos naturais e infra- estruturas na região, revelou o Banco Mundial.
De acordo com a instituição baseada em Washington, que cita o Africa Pulse, um estudo publicado duas vezes por ano, o PIB da região cresceu 4,7% em 2013, ligeiramente abaixo dos 4,9% previstos anteriormente. As previsões para este ano eram de um crescimento económico de 4,9%, abaixo do agora referido.
No ano passado, a região atraiu um valor recorde de 43 mil milhões de dólares de investimento directo estrangeiro, mais 16% face a 2012, sustentado nas descobertas de reservas de gás e petróleo em países como Angola, Moçambique e Tanzânia, explica o Banco Mundial. Desafios ao crescimento A instituição assinala que entre os principais desafios que podem afectar o crescimento da região estão a redução da procura de exportações africanas de commodities, assim com aumentos nos preços de alimentos, motivados pela desvalorização de moedas locais e fracas colheitas agrícolas em alguns países.
A instabilidade no Sudão do Sul e na República Centro-Africana pode, igualmente, constituir uma "grande ameaça" às economias destes países e dos seus vizinhos, alerta o Banco Mundial, que divulga os dados na mesma semana em que o Fundo Monetário Internacional revela as Previsões da Primavera (ver páginas 16 e 17).
Para Makhtar Diop, vice- -presidente do Banco Mundial para África, a insuficiência de infra-estruturas vai "continuar a limitar o potencial de crescimento da região". "É necessária uma quantidade significativamente mais elevada de gastos em infra-estruturas na maior parte dos países da região, se estes ambicionarem atingir uma transformação durável das suas economias", sublinha o responsável. Remessas de dinheiro em máximos Entretanto, de acordo com o Banco Mundial, as remessas de dinheiro para a região aumentaram 6,2% em 2013, para 32 mil milhões USD, passando o máximo que tinha sido atingido em 2011 - 30 mil milhões USD.
A inflação anual, por seu turno, baixou dos 10,7% registados em 2012 para 6,3% no ano passado, à boleia da redução da procura global de alimentos e dos preços dos combustíveis, ao mesmo tempo que a maior parte dos governos locais manteve políticas monetárias "prudentes". Em 2016, a economia da região subsariana deverá avançar 5,4%, prevê o Banco Mundial. Francisco Ferreira, economista- chefe da instituição, admite, contudo, que a economia da região possa ser na verdade maior do que o actualmente estimado.
Em declarações aos jornalistas por videoconferência, o responsável explica que a economia seria considerada maior se países como a Nigéria revissem os dados em que se baseiam no cálculo do PIB.
David Rodrigues