A África do Sul é o país com maior representação na lista das 125 empresas de crescimento mais rápido em África de 2024, que é liderada pela plataforma nigeriana de e-commerce OmniRetail, com 896 trabalhadores e receitas de 139,9 milhões USD em 2022. Ao todo a lista integra 41 empresas sul-africanas, seguindo-se a Nigéria com 25 empresas e Marrocos com 12. O Quénia e as Maurícias, com 11 e 10, respectivamente, fecham o top 5 dos países com mais empresas na lista elaborada pelo Financial Times, em conjunto com a Statista, e que reflecte a dificuldade que os negócios têm a descolar após a pandemia da Covid-19.

Apesar de a Nigéria ter passado 2023 em crise económica, "à medida que os preços subiam e a naira entrava em queda livre", segurou o primeiro lugar na lista FT-Statista, onde África do Sul teve "o número mais elevado de empresas", apesar de um crescimento igualmente fraco no ano passado.

Angola não tem uma única empresa na lista. O Egipto tem 7, a Zâmbia e o Gana têm três e Costa do Marfim e Tunísia têm duas. Com presença na lista assegurada apenas por uma empresa estão a Namíbia, Libéria, Serra Leoa, Ruanda, Uganda e até a Somália/Somalilândia, que surge com a Consilient, uma empresa na área dos serviços profissionais, científicos e tecnológicos, que registou em 2022 uma taxa de crescimento de 599,8%, apenas com 35 trabalhadores e receitas de 2,6 milhões USD.

O terceiro ano deste ranking elaborado pelo Financial Times e a Statista surge num contexto em que muitas economias estão a lutar para recuperar da pandemia da Covid-19 e em que África "está a ficar para trás", em vez de colmatar a disparidade com as regiões mais ricas, como constata o Financial Times, que elabora a lista das 125 mais com base no maior crescimento anual composto em receitas entre 2019 e 2022.

Através de pesquisas em bases de dados de empresas e outras fontes, a empresa de investigação Statista identificou milhares de empresas em África como potenciais candidatas ao ranking. Estas empresas foram convidadas a participar na pesquisa, tendo um prazo, entre 9 de Outubro de 2023 e 29 de Fevereiro de 2024, para apresentar receitas certificadas pelo director financeiro, pelo director executivo ou pela comissão executiva. Só podem concorrer empresas com receitas de pelo menos 100 mil USD em 2019 e de 1,5 milhão USD em 2022, que sejam independentes (não uma subsidiária ou filial), sede num país africano e um crescimento orgânico, ou seja estimulado internamente.

E-commerce à frente

O comércio electrónico assegurou os dois primeiros lugares no ranking das empresas com crescimento mais rápido em África de 2024. O primeiro lugar pertence à nigeriana OmniRetail, plataforma que ajuda pequenos logistas e comerciantes a digitalizar os seus negócios, com uma taxa de crescimento de 66.294%. Segue-se a Kyosk.App, empresa sediada nas Maurícias, que oferece o mesmo serviço, com um crescimento de 41.644%. O top 3 fecha com a empresa de serviços de recrutamento sul-africana Resourgenix, que soube tirar partido de uma economia com uma alta incidência de desemprego (32,9%) para crescer, com 26.441%.

Além do e-commerce, os ramos de negócios com maior presença no ranking são as Fintech, que asseguram serviços financeiros electronicamente, a energia e utilitários, os cuidados de saúde e ciências da vida e as tecnologias da informação e software.

Agricultura, florestas e pescas assegurou à empresa do Uganda Agro Supply Lda o 13.º lugar, com um crescimento de 1.466%, o 29.º da Natural Extracts Industries, da Tanzânia, com 448%, e o 44.º lugar da Good Nature Agro, que cresceu 291%. Abaixo do 50.º lugar há mais 5 empresas na área da agricultura, florestas e pescas no ranking - de Marrocos, Quénia, Costa do Marfim, Zâmbia e Nigéria - o que revela o potencial do sector primário.

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