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BRICS aprovam adesão de novos membros e adiam moeda comum

CIMEIRA DE JOANESBURGO ANALISA FORMAS DOS ESTADOS-MEMBROS USAREM MOEDAS NACIONAIS NAS TROCAS COMERCIAIS

Com o alargamento, o bloco de economias emergentes deverá passar a chamar-se "Brics Plus", por proposta do Presidente chinês. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul também discutiram incremento do uso das moedas nacionais nas trocas comerciais, num esforço para promover a desdolarização das suas economias.

No segundo dia da Cimeira dos BRICS, que teve início esta terça-feira em Joanesburgo com um fórum empresarial que juntou mais de 1.500 delegados, a Índia deu luz verde à expansão dos BRICS, permitindo a obtenção de consenso sobre o alargamento, apoiado pela África do Sul, China, Rússia e Brasil, três dos países que formam este bloco de cinco economias emergentes. Os critérios de adesão não ficaram totalmente definidos e a proposta de criação de uma moeda única nem fez parte da agenda de trabalhos da cimeira, que optou antes por debater o incremento das trocas comerciais entre as cinco economias nas suas moedas nacionais, em substituição do dólar.

A Índia e o Brasil mostraram- -se inicialmente contra a adesão de novos membros, mas esta quarta-feira, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou que o seu país "apoia a expansão" e congratulou-se com o "consenso" para fazer avançar o alargamento do bloco de cinco países, que representa um quarto da economia mundial, um quinto do comércio global e 41% da população mundial.

O Brasil, que segundo a imprensa sul-africana estava preocupado por temer que o alargamento diluísse a sua influência dentro do grupo, também manifestou apoio à adesão de novos membros aos BRICS, que deverá passar a chamar-se "BRICS Plus", por proposta do Presidente chinês, Xi Jinping, como revela o Times Live, o segundo maior site de notícias da África do Sul.

Os Chefes de Estado e de Governo do Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul também discutiram o incremento do uso das moedas nacionais nas trocas comerciais entre si, num esforço para promover a desdolarização. O tema também fez parte do Fórum Empresarial, na terça-feira, embora não se tenha chegado a uma posição única, porque "houve fortes opiniões a favor e contra", como referiu o director executivo do Standard Bank, Sim Tshabalala, ao Times Live.

Trocas comerciais em moedas nacionais

" Vamos continuar a discutir medidas práticas para facilitar o comércio e os fluxos de investimento através de uma maior utilização de moedas locais. Esta é uma matéria sobre a qual acreditamos que devem ser realizadas mais discussões, particularmente entre os nossos ministros das Finanças", afirmou Ramaphosa, lamentando que os sistemas de pagamento estejam a ser utilizados para travar batalhas geopolíticas.

O Presidente sul-africano referiu-se em concreto à exclusão da Rússia do sistema financeiro internacional Swift e às sanções impostas pelos EUA e países europeus, por causa da guerra na Ucrânia. O Presidente russo foi o grande ausente da cimeira. Vladimir Putin decidiu não viajar para Joanesburgo por receio de ser detido, na sequência do mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional, mas participou nos trabalhos, por videoconferência.

Putin agradeceu aos BRICS os esforços para uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia, sobre a qual responsabilizou o Ocidente, e incitou a maior cooperação entre o bloco para garantir fornecimento de alimentos e recursos energéticos ao mundo.

O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu que o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS deve ser aproveitado para "impulsionar a reforma dos sistemas financeiros e monetários internacionais e aumentar a representação e a voz dos países em desenvolvimento", em linha com o discurso de Ramaphosa na abertura dos trabalhos. "A família BRICS está a crescer, em importância e relevância mundial, e confirma que os BRICS são uma arquitectura importante na geopolítica internacional a ter em conta", frisou o Presidente anfitrião.

Leia o artigo integral na edição 739 do Expansão, de sexta-feira, dia 25 de Agosto de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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