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"Cooperação num mundo fragmentado" mobiliza cimeira de Davos que começa hoje

REPRESENTAÇÃO AFRICANA A NÍVEL POLÍTICO LIMITADA A 6 CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO

A convocatória num contexto como o actual "nunca foi tão importante como agora", já que os recentes acontecimentos em todo o mundo "exortam tantos os sectores público como privado a abordar os riscos sistémicos de modo a evitar uma década de incerteza e fragilidade", defendem líderes empresariais. A cimeira decorre até dia 20.

Mais de 2.700 líderes políticos e empresariais de 130 países afluem, de hoje a 20 de Janeiro, a Davos, na Suíça, para participar na reunião anual do Fórum Económico Mundial, que tem como pano de fundo múltiplas crises que aprofundam as divisões e fragmentam a paisagem geopolítica. O continente africano estará representado por seis chefes de Estado e de governo, entre os quais os presidentes de África do Sul e da RDC, Cyril Ramaphosa e Félix Tshisekedi, uma representação desigual face a outras regiões, que têm comitivas de maior peso, num momento de polarização que exige maior cooperação entre Estados e privados.

"A cooperação num mundo fragmentado" foi o tema escolhido para a 54ª reunião anual do Fórum Económico Mundial, que volta à forma presencial, com a presença de 52 chefes de Estado e de governo. Durante os quatro dias de discussão e encontros, serão lançadas "as bases para um mundo mais sustentável e resiliente até ao final da década", aponta a organização.

O programa deste ano centra-se em "soluções e cooperação público-privada para enfrentar os desafios mais prementes do mundo", num esforço para encorajar os líderes mundiais a trabalhar em conjunto nas questões interligadas de energia, clima e natureza; investimento, comércio e infraestruturas; tecnologias de fronteira e resistência da indústria; emprego, competências, mobilidade social e saúde; e cooperação geopolítica num mundo multipolar.

A convocatória num contexto como o actual "nunca foi tão importante como agora", já que os recentes acontecimentos em todo o mundo "exortam tanto o sector público como privado a abordar os riscos sistémicos de modo a evitar uma década de incerteza e fragilidade", evidencia um artigo do BBVA, assinado por David Corral, Carmen Álvarez e Miriam Gidrón. O programa deste ano terá um duplo enfoque: primeiro, encontrar alavancas para enfrentar os desafios actuais; segundo, situar esses desafios no contexto da transformação cada vez mais rápida do mundo em que vivemos, acrescentam.

Erosão da confiança

"Vemos as múltiplas forças políticas, económicas e sociais a criar uma maior fragmentação a nível global e nacional. Para enfrentar as causas profundas desta erosão da confiança, precisamos de reforçar a cooperação entre o governo e os sectores empresariais, criando as condições para uma recuperação forte e duradoura", sublinha Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Económico Mundial, notando que "o desenvolvimento económico precisa de se tornar mais resistente, mais sustentável e ninguém deve ser deixado para trás".

Este ano, segundo a organização do evento que reúne a nata económica e financeira mundial, é "dada especial ênfase ao género e à diversidade geográfica em todas as sessões", mas no programa nota-se um desequilíbrio e a ausência de líderes africanos na agenda de eventos, apesar da lista de chefes de Estado e de governo incluir seis africanos: Além dos presidentes de África do Sul e RDC, confirmaram presença a presidente da Tanzânia, Samia SuluhuHassan, e os primeiros ministros de Marrocos, Aziz Akhannouch, e da Tunísia, Najla Bouden.

Em termos empresariais, a reunião conta com a maior representação de sempre, com mais de 1.500 líderes registados de 700 organizações, incluindo mais de 600 dos principais CEOs do mundo e parceiros do Fórum Económico Mundial de diversos sectores, desde os serviços financeiros, energia, materiais e infraestruturas, tecnologias de informação e comunicação.

Da academia, irão mais de 125 peritos e líderes das principais universidades, instituições de investigação e grupos de reflexão, que trarão conhecimento actualizado ao evento, onde serão anunciados os vencedores do Prémio Cristal 2023. Entre os 17 premiados com o galardão, que distingue artistas com intervenção social e que se dedicam a causas humanitárias, contam-se o actor britânico, com raízes na Serra Leoa, Idris Elba e a mulher, Sabrina, e a cantora Angelique Kidjo, do Benin.