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Disparidade na taxa de vacinação entre países da União Europeia é uma ameaça à economia

Comissário europeu da economia fala em "riscos no horizonte" da recuperação económica

O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, admitiu hoje que as diferenças na vacinação anticovid-19 na União Europeia (UE), variando entre 91% e 21%, são "riscos no horizonte" da recuperação económica, alertando também para a inflação. Irlanda e Portugal registam as taxas de vacinação mais altas, Bulgária e Roménia as mais baixas.

Falando aos jornalistas no final de uma reunião informal do Eurogrupo em Kranj, na Eslovénia, Paolo Gentiloni aludiu aos dados revelados pela diretora do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), Andrea Ammon, que indicou aos ministros das Finanças da zona euro que as taxas de vacinação nos Estados-membros da UE variam entre os 91% e os 21%, sendo que Irlanda e Portugal registam as percentagens mais altas e Bulgária e Roménia as mais baixas.

O responsável recordou que, no conjunto da UE, mais de 71% dos adultos europeus estão totalmente vacinados, também segundo o ECDC, o que permitiu "continuar com a reabertura das economias" e alcançar um "crescimento no segundo trimestre que excedeu os últimos dados de previsão e que aponta para um otimismo para o resto do ano de 2021".

Ainda assim, e exactamente devido às diferenças acentuadas na vacinação entre os países, "não há motivo para complacência", frisou Paolo Gentiloni, falando em "riscos no horizonte" da recuperação económica da UE pós-crise da covid-19.

Além da situação epidemiológica, agravada devido à predominante variante Delta do SARS-CoV-2, o comissário europeu da tutela considerou que a UE deve "permanecer muito vigilante quanto à inflação".

"E o bem-vindo declínio do desemprego não nos deve levar a qualquer complacência sobre o impacto social desta crise no nosso continente", assinalou Paolo Gentiloni, adiantando ser "crucial que as políticas macroeconómicas continuem a apoiar a economia".

Já falando sobre o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, parte central do Fundo de Recuperação acordado pela UE, o responsável disse estar na "fase de implementação de 18 planos nacionais", como o português. "Muitas decisões importantes terão de ser tomadas nestes Estados-membros já nos próximos meses para impulsionar as ambiciosas agendas de reforma e investimento", afirmou.

O Eurogrupo debateu esta manhã a situação económica da zona euro, ainda severamente impactada pela pandemia de covid-19, numa altura de agravamentos e quando a UE tenta iniciar a sua recuperação da crise.

Até agora, a Comissão Europeia já desembolsou quase 49 mil milhões de euros em pagamentos iniciais feitos a 12 países da UE de pré-financiamento, incluindo Portugal (2,2 mil milhões).

Em causa está o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, avaliado em 672,5 mil milhões de euros (a preços de 2018) e elemento central do "NextGenerationEU", o fundo de 750 mil milhões de euros aprovado pelos líderes europeus em julho de 2020 para a recuperação económica da UE da crise provocada pela pandemia de covid-19.

Também presentes na conferência de imprensa, tanto a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, como o diretor executivo do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Klaus Regling, realçaram que "a Europa está a sair da crise melhor do que esperado há seis ou 12 meses", sublinhando porém que "não é altura de ser complacente".