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Opinião

O poder da escolha

ANÁLISE

A escolha e a acção humana. As pessoas gostam de escolher. Parte da liberdade de cada um é o poder de escolher por si próprio.

Todavia, a maior parte das pessoas não tem tempo, ou não dá a atenção necessária para fazer escolhas conscientes sobre o que está à sua volta. Por outro lado, juntar toda a informação para se fazer uma boa escolha pode ser dispendioso e cansativo, daí que, muitas das vezes, 'escolhemos não escolhendo'.

Alguns aspectos da escolha são essencialmente universais e automáticos, enquanto outros são específicos e temporais. A escolha é, acima de tudo, relacionada com a liberdade e segurança financeira.

'Arquitectos' da escolha

As escolhas não têm lugar no vazio - a maior parte delas ocorre num contexto social.

Qualquer organização que solicite aos seus colaboradores que façam escolhas deve decidir se apoia uma escolha activa ou se estabelece regras de escolha por defeito.

As pessoas que tomam essas decisões cruciais são os 'arquitectos' da escolha. Eles usam este método para definir como, se, quando e onde se fazem as escolhas, bem como as suas consequências. Na maior parte das vezes, não temos conhecimento que esta arquitectura da escolha condiciona as nossas acções.

As organizações, dependendo da sua natureza e acção, têm diferentes arquitecturas de escolha, umas que permitem ao colaborador escolher o caminho, outras em que as escolhas estão já predefinidas Escolher por defeito Escolhas por defeito influenciam a nossa vida. Quando escolhe não escolher, por norma, depende das regras previamente definidas. Escolher por defeito existe por várias razões.

As pessoas tendem a continuar a fazer o que já antes faziam, mesmo em situações de baixo risco, ou seja, por regra as pessoas preferem pensar e decidir o menos possível. As regras predefinidas enviam-nos 'sinais informacionais'.

As pessoas assumem que essas regras são recomendações dos 'arquitectos' da escolha, e quando não têm a experiência ou conhecimento necessário, tendem a pensar que esses mesmos 'arquitectos' fazem sempre as escolhas acertadas.

No entanto, quando o contrário acontece, naturalmente que essas escolhas são rejeitadas e fazem novas escolhas. Por outro lado, a aversão à perda faz com que as pessoas sigam as regras de escolha predefinidas que tenham o menor risco possível.

Escolha activa

O liberalismo diz que as pessoas se desenvolvem ao fazer as suas escolhas e que assim são pessoas livres. Esta afirmação contraria as regras predefinidas, o que faz com que as pessoas sejam livres de tomar as suas escolhas e decisões. O que acontece se as pessoas se recusam a escolher? Numa qualquer situação, se a pessoa não escolhe, por norma não beneficia do que quer que seja, para o bem e para o mal.

Ou seja, como um indivíduo aceitar ou não um emprego, a não ser que lhe seja dado um determinado incentivo. Escolher activamente ajuda a ultrapassar a inércia, de forma a que regras predefinidas não o conseguem fazer.

Escolher activamente faz com que possa alterar a escolha se a situação se alterar, ou seja, promove a individualidade.

Escolhas de mercado

Regras personalizadas reflectem a heterogeneidade da sociedade. Por exemplo, se estas envolverem horas extraordinárias para fazer com que as suas necessidades relativas ao seu turno sejam cumpridas. Para que funcionem, as regras personalizadas precisam de obter informação relevante a seu respeito.

Por vezes termos estes dados custa 'zero', como por exemplo quando sabemos que adquirimos algo repetidamente num mesmo específico website. Existe o exemplo da Amazon, que providencia regras personalizadas, ou seja, tem um modelo que prevê as suas necessidades, através das suas compras anteriores.

No mercado, a escolha activa é a regra, ou seja, deve exercer o seu poder de escolha para que possa obter um bem ou serviço. Se não exercer esse poder, o predefinido é que não obterá o que precisa. Por fim, importa referir que cada um de nós tem o poder de escolher o que quer para si próprio. Por vezes essa escolha tem custos que, mesmo que sejam elevados, são compensatórios a médio prazo.

Mas, muitas outras vezes, são escolhas gratuitas que fazemos no dia-a-dia que podem influenciar positivamente (ou negativamente) a nossa existência. Tudo depende do que pretendemos e o que queremos fazer com a nossa vida. Dessa forma, exercendo escolhas activas em momentos cruciais é um passo fundamental para alcançarmos os nossos objectivos, pessoais e profissionais.

José Rodrigues - Regional HR Director Western Africa, DHL Global Forwarding

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