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Opinião

Um ano diferente

EDITORIAL

Acho também que este vai ser o ano da reconciliação entre todos os que pensam diferente, que haverá maior tolerância para respeitar opiniões diferentes, e que os bajuladores e os incompetentes vão deixar de ter espaço na gestão da coisa pública.

Neste início de 2023, que coincide com um novo mandato governamental, sinto-me particularmente optimista, com uma energia positiva difícil de explicar. Tenho para mim que quem governa vai ser mais inclusivo, vai pôr o País à frente dos seus interesses pessoais, e que aquelas histórias mal contadas de sucessivos concursos e empreitadas entregues sempre aos mesmos sem qualquer justificação, por ajuste directo e sem direito a reclamação vão acabar. Ou pelo menos serão muito menos.

Que as escolhas para os lugares mais importantes serão feitas por competência, sem o excessivo peso da filiação partidária que vai dando destaque apenas a uma "família", segundo uma lógica de acomodação dos nossos, e que vai deixando os mais capazes fora do elevador social e profissional, o que muitas vezes faz com que acabem por sair do nosso País. Resumindo, acho que vai ser o ano da inclusão, que serão chamados todos a contribuir, independentemente das suas vestes, cores ou opções pessoais, e que não iremos desperdiçar mais a "massa cinzenta" e as "habilidades técnicas" dos angolanos que estão preparados para ajudar a Nação.

Também acho que vai ser um ano em que quem decide dará explicações às inquietações dos angolanos sobre as suas acções de forma clara e transparente, para que não fiquem dúvidas quando se faz um ajuste directo ou quando se demite um ministro ou um administrador de uma instituição pública. Acredito igualmente que no parlamento haverá uma luta democrática justa, que os deputados vão escolher em consciência aquelas que são as melhores leis para o País e para os cidadãos, e não apenas aquelas que são feitas para uma minoria ou que vêm do seu partido.

Acho também que este vai ser o ano da reconciliação entre todos os que pensam diferente, que haverá maior tolerância para respeitar opiniões diferentes, e que os bajuladores e os incompetentes vão deixar de ter espaço na gestão da coisa pública. Em que se vão responsabilizar as pessoas pelos seus erros de uma forma transversal e não selecionada, que vão haver critérios de avaliação na gestão da coisa pública, pois como todos temos a percepção, a corrupção criou muitos males à vida dos angolanos mas incompetência teve custos muitos maiores.

Também o ano em que todos os cidadãos empreendedores vão poder desenvolver os seus negócios sem terem o padrinho na cozinha, que os incentivos fiscais especiais não serão apenas atribuídos aos grandes grupos internacionais, que a AGT vai entender que não deve portar-se como uma força policial, que todos os empresários angolanos vão poder desenvolver os seus negócios em todas as áreas, e que serão ouvidos. Não teremos mais centenas de consultores estrangeiros a decidir a nossa vida junto dos órgãos de poder.

E já agora, o ano em que não se vão a continuar a contar factos que são "mentiras" ou apenas sonhos aos angolanos, que vai haver decoro, decência e respeito para se falar verdade com a população. Também acredita que vai ser assim?