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Universidade

Estudar numa universidade privada custa em média 1,3 milhões Kz por ano

CURSOS DE SAÚDE E ENGENHARIA SÃO OS MAIS CAROS

Os estudantes do ensino superior privado gastam só em propinas, alimentação e transporte e até recebem o diploma mais de 1 milhão de Kz por ano. O curso de medicina na UPRA é o mais caro com uma média anual de mais de dois milhões Kz em propinas. Os custos vão aumentar cada vez mais.

Um estudante de uma universidade privada gasta, em média, mais de 1,3 milhões Kz por ano, com propinas, matrícula, alimentação, transporte e até receber o diploma, uma subida de 49% face a 2020, apurou o Expansão numa ronda feita em 10 universidades privadas do País. Importa referir que as despesas seleccionadas constituem apenas metade dos custos com o ensino superior privado.

Só em propinas, um estudante paga, em média, anualmente mais de 500 mil Kz, enquanto o resto dos valores são repartidos em matrícula (uma média de 184 mil Kz), alimentação (150 mil kz), transporte (195 mil Kz) e a outorga (248 mil kz). A propina é o que mais pesa no bolso dos estudantes, ficando de parte os custos relacionados com livros, equipamentos, entre outros.

Para chegar a estes números, o Expansão fez os cálculos de acordo com o preçário de um conjunto de instituições de ensino superior, como a Universidade Gregório Semedo (UGS), Universidade Metodista de Angola (UMA), Universidade Independente de Angola (UNIA), Universidade Privada de Angola (UPRA), Universidade Jean Piaget (Uni Piaget), Universidade Católica de Angola (UCAN), Instituto Técnico de Angola (UTANGA), Universidade Lusíada de Angola (ULA), Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA) e o Instituto Superior Metropolitano de Angola (IMETRO).

A média anual dos valores pode aumentar ou diminuir de acordo com a escolha do curso, sendo Medicina e Engenharia os mais caros, e os cursos de Ciências Sociais e Economia e Gestão os mais baratos (as propinas mensais variam entre 31 mil e 211 mil Kz).

Em termos médios, a UPRA, que cobra propinas no curso de Medicina acima dos 200 mil Kz, é a instituição mais cara com uma anuidade de mais de dois milhões de Kz, enquanto o ISTA, com a propina em torno dos 31 mil Kz e uma anuidade de 331 mil Kz, figura como a instituição superior privada mais barata entre as seleccionadas.

Após propinas, transporte e comida são maiores custos

As despesas com o transporte, dependendo da distância, ronda em mil Kz/dia, o que perfaz uma média anual de mais de 190 mil kz.

Luciana Gusmão, por exemplo, estudante do 2.º ano do curso de Medicina da UPRA, vive no Prenda e estuda até sábado, gasta mil Kz de ida e volta e cerca de 1.500 Kz na alimentação diária.

Quanto à alimentação, os custos diários estão à volta dos 1.200 Kz por dia e cerca de 150 mil Kz anual. Em função dos custos, os universitários alimentam-se preferencialmente de bolas de berlim, hambúrguer, pão com sumo de múcua, pão com abacate, bolachas e banana assada com jinguba.

Encargos vão aumentar cada vez mais

Os custos com os estudos nunca foram baratos, mas a influência da desvalorização da moeda e a frequente inflação que o país tem vivido tornam o ensino superior privado cada vez mais caro.

O decreto Executivo conjunto n.º 187/23 de 1 de setembro, que define o aumento das propinas com base na inflação homóloga de maio, eleva os custos e dita a desistência do sonho da formação superior, porque, a cada ano, as instituições podem aumentar os seus emolumentos.

"A subida do valor das propinas nas instituições privadas de ensino superior tem dificultado o acesso de muitos jovens, uma vez que a oferta formativa das instituições públicas de ensino superior apenas contempla cerca de 40% das vagas existentes", disse a antiga ministra do MESCTI, Paula Oliveira, na cerimónia de abertura do ano académico 2024/2025 que decorreu na província de Cabinda.

Leia o artigo integral na edição 818 do Expansão, de sexta-feira, dia 21 de Março de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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