Greve dos professores do ensino superior analisada em assembleia
As universidades públicas do País continuam encerradas fruto da greve dos professores do ensino superior que se mantém de "pedra e cal", por falta de diálogo entre sindicato e Governo. No entanto, os professores vão analisar a greve em assembleia extraordinária, esta sexta-feira.
O Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Angola (SINPES) vai realizar, esta sexta-feira, a 5ª assembleia- geral extraordinária, para analisar o estado da greve no subsistema de ensino superior, o silêncio do Governo sobre o memorando de entendimento e a situação académica 2022/2023.
De acordo com Eduardo Peres Alberto, secretário-geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Angola, o sindicato convocou os membros para este encontro, onde será analisada, de forma geral e profunda, a situação da greve.
"Apesar de o silêncio do Governo se manter, convocamos os ministérios da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) e o Movimento dos Estudantes Angolano (MEA) como observadores e, no entanto, esperemos que se façam presentes". Questionado sobre a possibilidade de levantamento da greve, o responsável disse que não pode fazer juízos de valor e que as decisões da assembleia só dependem dos delegados.
A greve dos professores foi anunciada no passado dia 27 de Fevereiro, ao iniciar o segundo e o último semestre do ano lectivo, no entanto, o sindicalista explica que não existe diálogo, embora o Governo tenha avançado que está aberto ao diálogo.
"Desde que começou a greve houve algumas rondas de negociações, mas depois instalou-se o silêncio e o que tem acontecido só são ameaças dos membros do sindicato e, sobretudo, do secretário- geral do sindicato".
MEA escreve para embaixadas e União Europeia
O Movimento dos Estudantes Angolano (MEA) decidiu fazer uma paragem na realização das manifestações que estavam previstas até ao dia 14 Maio, depois de a "Polícia Nacional dispersar e deter alguns estudantes durante a manifestação sob alegação de falta de autorização para a sua realização".
"Não queremos realizar protestos e colocar em risco a vida dos estudantes que nos acompanham, então parámos com as lutas de campo e estamos a fazer diplomacia, escrevendo para algumas embaixadas, como a dos Estados Unidos da América, dos países da América Latina, União Europeia, Ministério da Justiça, direcção dos direitos humanos, para denunciar as irregularidades que o Governo tem cometido contra a Constituição", explica Francisco Teixeira, presidente do movimento.
O porta-voz reitera que os estudantes da América Latina também estão a trabalhar com as embaixadas angolanas sobre violações dos direitos.
Francisco Teixeira explica que depois desta fase de diplomacia e se não se registar o fim da greve os estudantes vão regressar às ruas para exigir o seu levantamento.
Leia o artigo integral na edição 723 do Expansão, desta sexta-feira, dia 5 de Maio de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)