Numa altura em que desemprego é um desafio social e uma preocupação de todas as esferas, um consórcio de oito instituições de ensino superior europeias e africanas está a desenvolver o projecto denominado ÍMPAR para empoderar as jovens mulheres, como promotoras da economia social nos países de língua oficial portuguesa da África Subsaariana.

O Instituto Politécnico de Coimbra (Portugal) na coordenação, Universidade de Almeria (Espanha), Universidade Eduardo Mondlane e Universidade Pedagógica (Moçambique), Universidade de Cabo Verde e Universidade do Mindelo (Cabo Verde), Universidade Independente de Angola e Universidade Técnica de Angola (Angola) e o International Consulting and Mobility Agency (Espanha), na qualidade de parceiro associado, são as instituições que fazem parte do consórcio. O projecto tem o objectivo de dinamizar e empoderar as jovens mulheres para que estas possam criar, gerir e fazer crescer empresas sociais que tenham a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento inclusivo.

"Esta iniciativa pretende contribuir para formar e apoiar uma nova geração de empreendedores sociais e, ao mesmo tempo, consolidando as universidades como centros de excelência para o desenvolvimento económico sustentável e inclusivo das comunidades onde estão inseridas".

Ilídio Pascoal Simão, reitor da Universidade Técnica de Angola, explicou que o projecto vai ser lançado nos dias 4 e 7 de Junho, em Coimbra. E que em Angola já foram feitos vários trabalhos que serão apresentados em Portugal.

"Começamos por um diagnóstico de mulheres que têm iniciativas empreendedores, ou seja, pequenos negócios e a análise preliminar mostrou-nos que na África Subsariana grande parte dos negócios desenvolvidos por jovens mulheres, muitas vezes, não conseguem desenvolver-se para empregar mais jovens por falta de conhecimento ou formação. Então, com esse projecto, vamos dar formação, com assessoria técnica de especialistas portugueses e espanhóis, para que tenham conhecimento e a consequente inovação".

Uma vez que o projecto pretende enquadrar mulheres que tenham pequenos negócios e as zungueiras são hoje consideradas pequenas empreendedoras, o reitor reiterou que não haverá discriminação, porque o objectivo do projecto é exactamente a transformação do modus operandi da actividade negocial, ou seja, poderão fazer parte porque tudo vai partir da inovação. Aliás, durante a formação, vão ser passados conhecimentos de literacia económica e financeira e das aptidões para seleccionar modelos de negócio sustentáveis. Apesar de não avançar números, Ilídio Pascoal Simão explicou que em Angola já se realizou um inquérito e selecção de jovens mulheres de pequenos negócios que farão parte da formação, a realizar na Utanga num período de três anos.

O consórcio espera que este projecto traga fomento da mentalidade e da intenção empreendedora, aumento da capacidade para identificar oportunidades de empreendedorismo social, reforço de habilidades, como a autoconfiança, iniciativa, resolução de problemas, motivação e trabalho colaborativo, aumento da capacidade para identificar, avaliar e explorar oportunidades de criação de valor social.

No País, o projecto também está ser apoiado pelo Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) e Unitel.

Este projecto é uma iniciativa transnacional cofinanciada pelo programa Erasmus+ da União Europeia, no âmbito da medida "Reforço de Capacidades no Ensino Superior" e tem a duração de 36 meses e orçado em 795.298 euros.