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"Passei a tomar alguns cuidados na via pública, coisa que não fazia"

Renata Torres

É conhecida como humorista, mas é muito mais do que isso. Activista, empresária, actriz, guionista, produtora artística, pintora, escultora, e com convicções muito fortes sobre o seu trabalho e a sua posição no mundo

Durante alguns anos foi a única mulher no palco do Goz"Aqui. Como foi este período de reinado?

Durante os quatro anos não fui totalmente a única mulher a fazer humor. Antes de entrar para o projecto Goz"Aqui esteve a Jandira, depois uma colega que só actuou acho que duas vezes, e até partilhamos o palco no princípio da minha entrada. Esteve a Paty Metralhadora, a Laurete e a Yoko Hama. Então, até no início de 2019 éramos as mulheres a subir ao palco e fazer o Stand up Comedy. Mas depois as coisas mudaram e fui a única que fiquei. Elas priorizaram outras coisas. No momento, quando se fala em stand up comedy sou a referência, mas estou sempre na luta de tentar que mais mulheres subam ao palco.

O que faz de concreto para ter mais mulheres a fazer Stand up Comedy?

Estou a persuadir (risos). Por exemplo, temos muitas mulheres que fazem comédia, fazem vídeos engraçados. Mas uma coisa é fazer vídeos engraçados para as redes sociais, outra coisa é teres toda estrutura e disciplina que o stand up comedy exige. Então, não as consigo deixar já confortáveis de estar em palco e assumir esta faceta. Mas acho que não tarda.

O incentivo é na base ou estamos a falar de também de formação?

No Goz"Aqui temos formações. Por exemplo, no meu caso, quando o Tiago me convidou para fazer parte do elenco, ele percebeu isso pela forma como eu abordava os assuntos. Ele sugeriu levar isso ao palco. E é o mesmo que as meninas com quem falo e dizem que não têm jeito. Eu digo que o jeito tu "pegas". Recebo mensagens de meninas a dizer que gostavam de fazer o que eu faço. O primeiro passo é fazer a formação com o Orlando Kapata, que é o mestre das formações no Goz"Aqui, e depois os outros artistas complementam com alguns aspectos. Mas acabam por não levar a o desejo de fazer stand up comedy. As pessoas pensam que fazer humor é fácil, mas não é. Há assuntos que podem ser muito sensíveis, podem ser gatilhos para a pessoa. Também fizemos uns testes com algumas mulheres quando tínhamos o programa na extinta Vida TV, mas elas desistiram.

(Leia o artigo integral na edição 644 do Expansão, de sexta-feira, dia 01 de Outubro 2021, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)