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"É a juventude que determina o que vamos ter no futuro, daqui a 20 anos"

DON KIKAS, MÚSICO

Com a agenda preenchida para celebrar os 30 anos de carreira, o autor da música "Esperança Moribunda" defende que se promovam eventos de acordo com o poder de compra do público para que estes não percam o hábito de ir aos concertos.

Está a comemorar 30 anos de carreira. Qual é o balanço que faz?

É muito interessante porque estes 30 anos passaram todos sempre com muita intensidade. E sou muito grato ao público por isso, por aderir sempre aos concertos com entrega, sempre com a vontade de mostrar ao artista que de facto gostam e identificam-se com aquelas músicas. A diferença talvez seja mais na diversidade do público. Quando era mais novo, o público era composto essencialmente por pessoas da minha faixa etária. Hoje em dia, essas pessoas trazem também os filhos, às vezes até os netos. Então, em termos de diversidade pública, de partilha e até emocional, acho que hoje em dia a coisa até chega a ser mais interessante.

Como é que avalia a sua performance em palco? E a sua voz?

Hoje está em forma. Tive muitos altos e baixos na minha carreira. Tive um período em que tive lesões nas cordas vocais. Devia ter parado, mas fui indisciplinado e não parei. Na verdade, foi-me recomendado parar por um tempo para recuperar. Mas, felizmente, apesar de não ter parado, houve essa recuperação. Demorou, se calhar demorou mais tempo do que teria demorado se eu tivesse feito a tal interrupção. Mas hoje, felizmente, esses nódulos nas cordas vocais já não existem. E acho que, se for minimamente disciplinado, vou poder continuar a cantar até ao fim da minha vida.

O que tem feito fora de Angola?

Bem, muitas coisas, porque acabo por assumir várias tarefas, como pai de família, acabo por assumir várias responsabilidades em simultâneo, e isso também dá o seu trabalho. Tenho também a música, a gestão da minha carreira, os meus concertos. Neste momento estou em Luanda, mas depois seguem-se concertos por outras paragens. Trabalho com músicos diferentes, ou seja, por exemplo, aqui em Angola trabalhei com duas bandas diferentes. Mas depois vou para Portugal, tenho a minha banda lá, depois tenho concertos em Cabo Verde e em Moçambique também com bandas diferentes.

Profissionalmente ainda está muito ligado à música? O garante estabilidade financeira?

Estou completamente ligado à música. É a música em primeiro lugar. Obviamente também tenho alguns investimentos em paralelo, mas a minha actividade principal, e da qual vivo principalmente, é a música.

Nos seus concertos canta mais as músicas antigas do que as novas. Por alguma razão?

Eu tenho estado sempre a compor músicas novas. Aliás, na semana passada lancei uma música nova e estou a partilhar com a comunicação social, mas também com os fãs. Porque decidi, alusivamente aos 30 anos de carreira, oferecer essa música às pessoas que acompanham a minha carreira. Mas é verdade que nos concertos, até porque o meu público, maioritariamente, é composto por pessoas da minha faixa etária, e essas pessoas querem, de certa forma, viver a nostalgia daquelas músicas, dos seus tempos de juventude. Então, no mínimo, 90% do meu repertório tem de ser com aquelas músicas antigas. Não até por opção minha, mas por vontade das pessoas que vão aos meus concertos e que devo respeitar, claro.

Qual é o título da música nova?

Signos do Amor.

Tem alguma história por trás?

Sim, tem. É mais uma música romântica que eu gravo. Não estava nos meus planos. A música apareceu num sonho, durante a minha estadia em Luanda. Sonhei que estava a cantar aquela melodia com as duas primeiras frases do primeiro verso. Acordei a meio da noite, já não acontecia há muito tempo, já tinha acontecido, gravei e de manhã fui ouvindo. Achei que aquilo tinha potencial. Achei que devia ser um presente divino. E decidi gravar e oferecer aos meus fãs, alusivamente à celebração dos meus 30 anos de carreira.

Qual é a avaliação que faz da nossa música nacional?

Acho que há duas avaliações a fazer. O potencial que temos e o que temos dado. Em termos de potencial, acho que temos uma riqueza imensa desde a música tradicional, desde o folclore, que é muito diversificado ao longo do País. Porque temos culturas musicais muito diferentes de norte a sul, o centro e o leste. Mas no que toca àquilo que se tem produzido, acho que não estamos na melhor fase.

Leia o artigo integral na edição 781 do Expansão, de sexta-feira, dia 21 de Junho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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