Segundo apurou o Expansão, este adiamento deve-se ao elevado número de pessoas que solicitaram o cartão Giramais nos últimos tempos e a empresa não teve capacidade de resposta para tantos pedidos.

Num futuro próximo, o acesso a autocarros será feito, obrigatoriamente, através dos cartões Giramais, emitidos pela ENBI desde 2023. Para já, está previsto apenas rotas nas províncias onde o Sistema Nacional de Bilhética Integrada já funciona. Esta medida é, no fundo, o início do fim do dinheiro físico nos transportes públicos, uma medida que deverá reduzir os "esquemas" nos autocarros. Ainda assim, a ENBI ainda não divulgou quando será o fim definitivo do pagamento de tarifas com dinheiro físico nos transporte público urbano, processo que depende da expansão do Sistema Nacional de Bilhética Integrada em todo País, assim como a integração de outros meios de transportes no sistema.

Em Luanda, está previsto que a obrigatoriedade do pagamento mediante cartão Giramais abrangerá algumas das rotas mais importantes e de maior fluxo de passageiros, nomeadamente a rota na Avenida Deolinda Rodrigues entre o Km30 e o Largo 1º de Maio, na Avenida Fidel de Castro (início da Via Expressa-Vila de Cacuaco, e na Estrada de Cacuaco (Vila de Cacuaco - São Paulo e Vila de Cacuaco - Baleizão). Já em Benguela, nas rotas Baía Farta-Benguela e Catumbela- -Lobito os passageiros só podem aceder aos autocarros públicos interurbanos através dos passes sociais ou regulares. Na Huíla, abrangerá as rotas Estátua da Liberdade-Centralidade da Quilengues e Eiwa - Mercado do Mutundo. No Huambo, a obrigatoriedade abrange a rota Huambo- -Caála. Na província de Malanje os passageiros deixarão de usar dinheiro físico nas rotas Mercado da Catepa - Mercado da Chauande e Mercado da Catepa - Mercado de Cangandala, enquanto em Cabinda a medida inclui as rotas Chilongo - Pioneiro Zeca e Chilongo - Subantando.

Segundo avançou a ENBI ao Expansão, a 8 de Janeiro já tinham sido emitidos 360 mil cartões Giramais nas seis províncias (só em Luanda foram 195 mil).

O Giramais visa substituir o pagamento de bilhetes diários nos autocarros pelo uso regular de um passe e faz parte da transformação digital da mobilidade urbana. Entre os objectivos desta transformação constam a simplificação do processo de pagamento, a redução dos riscos associados ao manuseio de dinheiro em locais públicos, e melhorar a eficiência operacional das empresas operadoras.

A ENBI é uma empresa de domínio público tutelada pelo Ministério dos Transportes, encarregue da modernização e digitalização do sistema de transporte público colectivo urbano de passageiros, através da implementação e gestão do sistema nacional de bilhética integrada, bem como da emissão e gestão dos títulos de transporte intermodais (autocarros, comboios e barcos) integrados no sistema nacional de bilhética integrada.