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Angola

Preços no mercado formal crescem 8% no terceiro trimestre

FACE AO PERÍODO HOMÓLOGO

No mercado informal, os preços têm-se mantido mais estáveis com tendência decrescente desde o fim da quadra festiva. No formal, a tendência de subida é mais acentuada, por causa do tipo de oferta, maioritariamente bens importados, e da passagem para os consumidores da pressão no acesso a divisas.

Os preços de alguns produtos alimentares mais consumidos pelas famílias angolanas aumentaram 8% nos mercados formais no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Já nos mercados informais, os preços caíram 9%, segundo a comparação dos preços de bens alimentares seleccionados pelo Expansão nas principais praças e hipermercados da capital do País.

Estes cabazes consistem em 18 produtos, cujos preços foram recolhidos nos mercados informais do Catinton e Asa branca, e em 11 produtos nos hipermercados Kero, Candando e Maxi (ver tabelas).

A diferença entre o crescimento verificado no mercado formal e informal tem também a ver com o tipo de produtos analisados em cada um deles. Do lado dos supermercados, a tendência de subida é muito mais acentuada, porque resulta do tipo de oferta disponível, maioritariamente bens importados, e da passagem para os consumidores da pressão que sentem no acesso a divisas.

Vale ressaltar que a taxa de câmbio do kwanza face ao dólar está estagnada na casa dos 912 Kz por USD, desde Dezembro do ano passado, ao contrário da relação com o euro onde o Kwanza registou uma queda de 11% nos primeiros nove meses do ano. Esta variação resulta da desvalorização da moeda norte-americana face ao euro nos mercados internacionais.

Ainda segundo apurou o Expansão, no mercado formal, com um acréscimo de 3.286 Kz no cabaz seleccionado, destacam-se o leite e a manteiga com as maiores subida (18% cada). Mas alguns produtos viram os preços baixar como é o caso do Frango (-25%) e do Açúcar (-30) que se destacam com as maiores reduções.

Diferente do mercado formal, que continua a registar subidas acentuadas, no informal os preços têm-se mantido mais estáveis, com tendência decrescente desde o fim da quadra festiva. Está redução dos preços ocorre também devido ao facto de o mercado informal oferecer maioritariamente produtos do campo, de acordo com o economista Hermenegildo Quexigina. "Esta redução pode ainda estar ligada a época de produção que se vive actualmente, já que ainda não há chuvas e os produtos são escoados normalmente e não há grandes desperdícios. Mas há uma forte probabilidade de que o cenário mude nos próximos meses por conta das chuvas que se aproximam e que podem causar constrangimentos nas vias de escoamento" explicou.

Por outro lado, há ainda o facto de os informais não pagarem impostos, logo não são afectados por factores como o pagamento de IVA por exemplo" explicou.

Com uma redução de 11.600 Kz no cabaz total, durante a ronda do Expansão foi possível notar descidas nos preços na maioria dos produtos provenientes do campo, sinal de que haverá mais oferta. É ainda importante realçar que, muitos dos produtos não sofreram alterações nos preços, mas têm as quantidades e porções reduzidas ou aumentadas em função da abundância do produto no mercado. Alimentos como a batata rena e a batata doce, por exemplo, que nestes mercados não possui uma medida fixa, ou outros que não fazem parte do cabaz do Expansão, como o tomate, cebola, alho, geralmente são alvos deste tipo de fenómeno. Mas apesar da redução média verificada, o arroz, que é dos produtos mais consumidos tanto pelas famílias de baixa, média ou alta renda, registou um aumento no preço.

Assim, compradores e vendedores já admitem notar uma ligeira redução dos preços constatada nas praças, mas ainda reclamam de dificuldades e encarecimento do custo de vida, com salários insuficientes para dar resposta às necessidades mais básicas.

Variação mensal

Por outro lado, se a comparação for feita em termos mensais, no mercado formal os preços subiram 4%, com destaque para o frango congelado com um aumento de 11%. Mas ainda assim, alguns produtos viram os preços cair como é o caso do óleo, arroz e o açúcar.

Já no lado dos informais verificou-se uma redução de 3% com destaque para a caixa de peixe carapau que custa hoje menos 6.000 Kz que no mês passado (-13%). Vale lembrar que a caixa de peixe foi um dos produtos que nos últimos meses de 2023 era dos que mais preocupava os consumidores, já que estava entre os mais afectados, devido às elevadas subidas que se verificavam nos preços por causa da desvalorização cambial e do aumento do preço do combustível.

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