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Angola

As 21 medidas de apoio às empresas e famílias são balões com pouco oxigénio

É PRECISO MAIS PARA SALVAR ECONOMIA, ADMITEM ESPECIALISTAS

A ministra das Finanças, Vera Daves, admite que "as empresas queriam mais", mas o Governo não tem dinheiro. Quebra nas receitas devido à nova crise de preços do petróleo limita a resposta do Executivo, que acena com financiamento à produção nacional. Mas as famílias e empresas precisam de mais liquidez.

As 21 medidas do Governo para apoiar empresas e famílias são pequenos balões de oxigénio para mitigar os impactos da crise provocada pela quebra de produtividade económica e da diminuição abrupta da receita devido à recente crise de preços do petróleo, admitem especialistas consultados pelo Expansão.

Recentemente, o Executivo apresentou um pacote de medidas imediatas para tentar garantir liquidez às empresas e famílias, mas praticamente só uma delas é a fundo perdido - a transferência para os trabalhadores dos 3% de Segurança Social. É pouco, admitem os especialistas, para um país que passou por quatro recessões económicas que agravaram a vida das empresas com consequências brutais sobre o desemprego, o consumo, e na qualidade de vida dos angolanos.

No entanto, a ministra das Finanças, Vera Daves, fez questão de afirmar que, face à situação económica, é o possível. "É o que conseguimos dar, tínhamos consciência que as empresas queriam mais...", revelou a ministra durante a apresentação das 21 medidas para aliviar o impacto da Covid-19 sobre as famílias e as empresas.

As medidas assentam em apoios ao sector produtivo, ou seja, às empresas, e apoio às famílias e ao sector informal da economia. Além de outras medidas já anunciadas anteriormente, como a moratória nos créditos bancários de empresas e famílias, estas 21 medidas visam garantir liquidez não só para permitir aumento da produção nacional, mas também para não deixar cair ainda mais o consumo.

Na prática, o Executivo procura responder ao "dilema" que é levantado pelo economista Alves da Rocha: "Salvar a economia ou salvar as pessoas?". "As pessoas e a economia têm de ser salvas em simultâneo.

As respostas do Governo são paliativas e espero que o Presidente da República tenha dado instruções para se dialogar com o FMI, que de resto tem estado cá e conhece muito bem a nossa situação financeira, para se aproveitarem todas as suas facilidades financeiras, algumas a fundo perdido para que sejam repassadas para o sistema empresarial", defende o também coordenador do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica.

Apesar de o FMI ter perdoado dívida a 19 países africanos e garantir financiamentos imediatos a 7 países do continente, em relação a Angola pouco se sabe. No entanto, o Expansão apurou que só após a conclusão da terceira avaliação ao financiamento ampliado - o que só acontecerá até final do mês - é que se irá discutir eventuais novos financiamentos do fundo.

Vários especialistas admitem que é preciso uma injecção substancial de dinheiro no sistema produtivo mas também no consumo, ou seja, nas empresas e famílias. (...)

(Leia o artigo integral na edição 570 do Expansão, de sexta-feira, dia 17 de Abril de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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