Antigo CEO culpado por fraude e roubo de identidade
O tribunal federal de Manhatam, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, declarou culpado na segunda-feira, 18, o antigo executivo da General Electric (GE) em Angola, Wilson da Costa, dos crimes de fraude eletrónica e de roubo de identidade. Incorre numa pena máxima de 20 anos de prisão, por fraude.
O antigo CEO da General Electric Angola, Wilson da Costa, foi considerado culpado de fraude electrónica e de duas acusações de roubo agravado de identidade, nos Estados Unidos, pelo seu papel num esquema de utilização de documentos falsos em papel timbrado do Governo angolano para enganar uma subdivisão da GE Company e o Governo angolano. Wilson da Costa estava acusado de ter utilizado documentos falsos para persuadir o Governo de Angola a rescindir contratos com outra empresa relativos a um projecto de energia e água, no valor de 1,1 mil milhões de dólares, bem como de usurpação de identidade.
Estes documentos falsos foram depois "utilizados para justificar pagamentos de um empréstimo de 1,1 mil milhões de dólares de uma subdivisão da GE Company ao Governo angolano", acusa o procurador que concluiu que Costa "mentiu e continuou a basear-se nos mesmos documentos falsos que tinha anteriormente divulgado".
Em causa, está a divulgação, em Outubro de 2017, pelo então presidente e diretor executivo da General Electric Angola, de documentação falsa em papel timbrado do Governo angolano, supostamente assinada por funcionários do Governo e que alegadamente mostrava compromisso do Governo em comprar mais turbinas fabricadas pela GE.
Esse dinheiro destinava-se a financiar a compra e instalação de 12 turbinas a gás feitas pela GE, segundo os procuradores.
A condenação aconteceu esta semana, no Tribunal Federal de Manhattan, por um júri composto por 12 pessoas.
O julgamento, que começou em 6 de Novembro, culminará a 26 de Fevereiro de 2025, data em que será lida a sentença.
Damian Williams, procurador dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova Iorque, anunciou a condenação, dizendo que "tal como um júri por unanimidade concluiu, que Wilson da Costa utilizou descaradamente documentos falsos para enganar uma subdivisão da GE Company e o Governo angolano, causando perdas de centenas de milhões de dólares. O esquema obrigou ainda o Governo angolano a adquirir equipamento dispendioso que não tinha acordado comprar - tudo para que Wilson da Costa pudesse receber milhões de dólares para si próprio em subornos".
A condenação pela acusação de fraude electrónica implica uma pena máxima de 20 anos de prisão, e pelas duas acusações de roubo de identidade agravado, cada uma das quais implica uma pena mínima obrigatória de dois anos de prisão, a aplicar consecutivamente a quaisquer outras penas de prisão impostas.