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OPEP+ decide quinta-feira se mexe na produção

Pandemia continua a ter um peso elevado na decisão

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados reúnem-se numa conferência virtual, na próxima quinta-feira, para decidir sobre novo aumento da produção, que os investidores estão a contar com mais 500.000 barris por dia a partir de Agosto, mas a OPEP+ pode sempre surpreender.

Entre contestações de alguns países pela estratégia seguida pela OPEP +, - constituída por 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e mais dez aliados -, de corrigir preços através do corte na produção, para aguentar a queda na procura devido à pandemia mundial, o certo é que o brent está a ser negociado a cerca de 75 dólares por barril, pela primeira vez desde Outubro de 2018.

De acordo com a AFP, que cita o analista do Saxobank, Ole Hansen, a Rússia deverá pressionar de novo para abrir as torneiras "para assegurar a sua quota de mercado", o que pode complicar o cenário.

Se os preços elevados são bons para os cofres dos membros da OPEP+, também geram mais concorrência e encorajam outros intervenientes, não sujeitos a quotas, a entrar no mercado graças a uma produção que se tornou subitamente rentável.

A pressão para arrefecer o mercado vem também de grandes consumidores, como é o caso da Índia, terceiro maior consumidor mundial de petróleo e duramente atingida pela pandemia da Covid-19, que está "a exortar o grupo de produtores a reduzir a pressão inflaccionista", noticia a AFP.

"Se os preços se mantiverem a este nível, a situação vai gastar os rendimentos disponíveis dos consumidores e potencialmente asfixiar o crescimento económico", acrescenta Fawad Razaqzada, dos Thinkmarkets.

Alguns analistas consideram que os membros da OPEP+ têm muita margem de manobra para aumentar a oferta, dado que se prevê que fiquem por extrair cerca de 5,8 milhões de barris todos os dias em Julho.

Recorde-se que a Agência Internacional de Energia (AIE) confirmou no seu último relatório de Junho que prevê que a procura global de petróleo supere níveis pré-pandemia até ao final de 2022, pelo que as perspetivas melhoram mês após mês.

A OPEP + poderá fazer concessões ao Irão, que vive ainda um embargo à sua indústria petrolífera, devendo voltar aos mercados se as negociações internacionais sobre a questão nuclear forem bem sucedidas, o que pode determinar um reordenamento entre a oferta e a procura do petróleo.

No jogo entra de novo a pandemia e as novas variantes que estão a afectar a procura, devido a novas restrições na Austrália, Tailândia e África do Sul.