Vendas de seguros crescem 38,18 % nos primeiros nove meses do ano
Este resultado do mercado segurador representa um crescimento acima da inflação homóloga que no final de Outubro era de 28,12%. Assim, o sector mantém a dinâmica do crescimento real positivo e abre boas perspectivas às empresas seguradoras para os resultados finais do ano.
Os prémios brutos emitidos nos primeiros nove meses do ano cresceram 38,18% para 364.779 milhões Kz face 263.996 milhões Kz registados no mesmo período de 2023, de acordo com cálculos do Expansão com base nos resultados da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG).
Este resultado do mercado segurador (+38,18%) representa um crescimento acima da inflação que nos primeiros nove meses do ano esteve à volta dos 28,12%. Assim, o sector mantém a dinâmica do crescimento real positivo, o que a grosso modo agrada os operadores do sector, e abre boas perspectivas às empresas seguradoras para os resultados do ano.
O ramo não Vida continua a dominar o mercado, valendo 94% dos prémios brutos emitidos, tendo tido um crescimento de 52% face a igual período de 2023, fixando-se nos 341.788 milhões Kz. Dentro deste ramo destaca-se o segmento de doença (apesar da redução do número de apólices em 40,58%) que contribuiu com 117.037 milhões Kz, mantendo assim a liderança das vendas, mas que na prática acaba por ser praticamente neutro para a actividade das empresas, uma vez que tem a maior taxa de sinistralidade do mercado com um rácio de 67,98%.
Depois do ramo doença seguiu- -se o segmento petroquímica com prémios de 68.944 milhões Kz, (este ramo tem um peso de 18%), seguido dos acidentes de trabalho 32.211 milhões Kz, automóveis 31.582 milhões Kz, outros danos em 30.309 milhões. É importante sublinhar que este último ramo abrange os danos causados ao património dos segurados como incêndio, multirrisco habitação, inundações, obras em cursos, ou seja, nota-se que aqui há preocupação de empresas subscreverem uma apólice deste segmento (ver gráfico), o que também significa uma maior literacia face à importância dos seguros.
Cabe destacar também que o seguro automóvel continua a ter um volume de vendas muito abaixo da realidade do País, sendo que se estima que apenas 15% das viaturas que circulam têm o seguro obrigatório. A ARSEG avançou com a pretensão de tornar obrigatório o seguro automóvel também para os carros que são propriedade do Estado, que deve acontecer no próximo ano, e que vai exponenciar as vendas deste produto. Este será um contributo importante para as vendas globais do mercado segurador.
Ramo Vida em queda
Por outro lado, o ramo Vida, que no ano passado animou o mercado ao impulsionar o crescimento, registou uma queda no III trimestre de -41,45% comparado com o mesmo período de 2023. Saiu de 39.267 milhões Kz para 22.990 milhões Kz. Ou seja, houve uma redução de 16.278 milhões Kz. Isto também representa a degradação das condições de vida da população, com a degradação da capacidade de poupança dos cidadãos.
Na altura em que este ramo crescia e impulsionava os resultados do mercado, alguns operadores do mercado defendiam que não era um crescimento sustentável, porque era originado apenas pela Mundial Seguros que, neste período, implementou o seguro vida ao crédito BPC salário aos trabalhadores, sobretudo da função pública, com conta subsidiária no BPC.
Walter Bravo, administrador executivo da Mundial Seguros, confirmou ao Expansão que o ramo Vida no País está muito atrelado aos riscos temporários associados aos créditos bancários, quando há pouco crédito não há venda de apólices, e logo há abrandamento nos prémios vendidos neste ramo
"A principal explicação que se pode dar a esta situação é que houve uma redução na concessão de créditos e com isso houve também uma redução na emissão da apólice ligado a esse ramo.", explica. Aliás, o número de apólices deste ramo reduziu 47,60% para 11.777 apólices face a 7.200 do mesmo período.
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