Tensões geopolíticas favorecem petróleo
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia beneficiou os preços do petróleo e prejudicou o mercado bolsista europeu. A percepção de aumento de risco levou os investidores para o ouro, numa semana em que o Dólar também apreciou.
No acumulado dos últimos 7 dias, os preços do petróleo registavam um aumento superior a 2%, apesar das notícias que indicaram uma subida do stock de crude nos inventários dos EUA. Na sessão de quarta-feira, o West Texas Intermediate (WTI) negociava em torno de 70 USD por barril, enquanto o Brent estava a ser cotado acima de 73 USD por barril.
A recuperação foi impulsionada por uma intensificação nas tensões relativamente ao conflito Rússia- Ucrânia, que fomentou preocupações sobre possíveis disrupções na produção russa de petróleo. Existiram outros factores, tais como os sinais de crescimento nas exportações chinesas e a paralisação do maior campo de produção de petróleo da Europa Ocidental, particularmente na Noruega, devido a uma falha de energia.
No mercado bolsista, os resultados do III trimestre da empresa tecnológica dos EUA, a Nvidia, concentrou a atenção dos investidores, com forte expectativas de crescimento nas receitas, impulsionado pela procura por chips de inteligência artificial (IA), aumentando a confiança dos investidores no sector tecnológico como um todo. As bolsas dos EUA negociavam de forma positiva, com destaque para os índices Nasdaq que valorizou 1,65% e o S&P 500 que crescia 0,79% na semana.
Na Europa, as bolsas negociavam em terreno negativo, devido às tensões geopolíticas, após as autoridades russas terem dado autorização para utilização de armas nuclear em resposta a ataques em território russo, na sequência dos relatos de bombardeios ucranianos com armamento dos EUA. Os índices ligados a acções de empresas militares reagiram positivamente a isto, ao passo que as empresas ligadas ao turismo, bancos e automóveis registaram quedas nas suas acções.
O índice agregador do continente europeu, o Euro Stoxx 600, recuava 0,01%, o CAC da França perdia 0,19%, enquanto o DAX da Alemanha desvalorizava 0,32%.
Na China, o banco central manteve inalteradas as taxas de juros de referência para empréstimos, uma decisão amplamente esperada pelos mercados. Esse movimento foi interpretado positivamente pelos investidores, contribuindo para a valorização dos índices chineses.
No mercado de metais, o desenvolvimento recente no campo geopolítico levantou alguma preocupação entre os investidores, implicando em um aumento semanal no ouro acima de 1%, para 2.625,66 USD por onça. Também importa destacar o desempenho do Dólar, que valorizou cerca de 0,51%.