Angola LNG supera avaria e já prepara novos carregamentos
O gás tomou de assalto a segunda posição na lista dos principais produtos de exportação do País e já é a segunda fonte de dívisas.
A avaria na fábrica do Angola LNG que levou ao cancelamento de vendas de carregamentos de gás natural liquefeito para o mês de Abril foi superada na primeira semana deste mês, quase três semanas após o anúncio da paralisação, apurou o Expansão.
De acordo com o pesquisador do Centro de Estudos e Investigação Cientifica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, José Oliveira, a avaria "não era grave e por isso de fácil resolução" mas teve que ser investigada e colocou a capacidade de produção da fábrica abaixo do normal, que já é inferior a 70% da sua capacidade total, cifrada em 5,2 milhões de toneladas por ano.
" A avaria já foi superada no início da semana passada permitindo ao projecto Angola LNG retomar os carregamentos que havia adiado", sublinhou.
Para Oliveira, que falava em entrevista ao Programa a Hora da AmCham-Angola emitido nesta quarta-feira na rádio LAC, o aumento da capacidade de processamento de gás natural no Angola LNG para quase 90% da sua capacidade, previsto inicialmente para este ano, apenas deverá ocorrer em 2024, a nova data para o arranque do complexo de gás do Sanha, em Cabinda, que também está atrasado.
Oliveira mostra-se optimista quanto ao aumento do processamento de gás no país já que foi lançada a exploração nos blocos onshore e offshore na bacia do Kwanza onde se estima que existem descobertas consideráveis de gás. Pelo menos o suficiente para se construir um novo terminal do Angola LNG a sul de Luanda e com isso aumentar significativamente as exportações do gás do país. Recorde-se que o único projecto de gás natural liquefeito (GNL) em território nacional, o Angola LNG, cancelou recentemente vendas de carregamentos para Abril devido a problemas de produção na sua fábrica, disseram fontes comerciais à Reuters na terça-feira. A empresa cancelou dois leilões de venda que deveriam ser encerrados em 22 e 27 de Março para carregamentos de Abril.
"A fábrica experimentou um aumento de pressão na linha de carregamento e actualmente está a operar com taxas reduzidas. As próximas licitações foram retiradas enquanto isso está a ser investigado", disse o porta-voz da empresa à Reuters.
Analistas e fontes de negociação esperavam que levasse pelo menos um mês para retornar à capacidade normal. A fábrica angolana do Soyo, com capacidade para 5,2 milhões de toneladas de GNL por ano, exportou cerca de 7,59 milhões de metros cúbicos em 2022, dos quais 4, foram para a Europa, segundo o grupo de dados e análises Kpler.