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BPC e Access Bank têm as maiores e Atlântico as menores taxas de câmbio

ANÁLISE DO CÂMBIO DO DÓLAR E DO EURO NO MERCADO BANCÁRIO

A escassez de divisas está a empurrar as empresas e os particulares para o mercado informal, sendo que a diferença de câmbio entre o oficial e o paralelo já está na ordem dos 30%. Os bancos comerciais também aplicam diferentes taxas de câmbio e o Expansão traz os valores da passada terça-feira.

Entre os 22 bancos comerciais que operam no mercado financeiro nacional destaca-se o Banco Millennium Atlântico (BMA) como aquele que oferece as taxas de câmbio mais baixas tanto para o dólar norte-americano como para o euro. Entre os mais caros, estão o Access Bank com a maior taxa para o dólar e o Banco de Poupança e Crédito (BPC) para a o euro.

A informação foi apurada pelo Expansão durante uma ronda feita nos sites oficiais dos bancos comerciais e do Banco Nacional de Angola. Os dados são referentes as taxas de câmbio de venda de terça-feira, dia 18 de Junho.

Até a data da reportagem, com os preços mais baixos, o BMA vendia as moedas norte americana e europeia ao preço médio do Banco Nacional de Angola (BNA).

O dólar nos bancos comerciais estava a ser comercializada pelo valor mínimo de 852,5 kwanzas. Enquanto isso nos mercados informais o dólar era vendido por 1.090 kwanzas, mais 237,5 Kwanzas, ou seja, 28% acima.

Quanto ao euro, até à última terça-feira, era comercializado por um preço mínimo de 913 Kwanzas nos bancos comerciais enquanto as kinguilas vendiam por 1.220 Kz, mais 307 kwanzas , ou seja, 33% acima.

Apesar dos custos serem mais elevados nos mercados informais, a procura continua a crescer já que os bancos continuam com escassez de divisas e com prazos muito longos para as transferências internacionais.

Entre as taxas mais elevadas praticadas no País estão o Acess Bank a cobrar 901,1 kwanzas/dólar e o BPC a vender um euro a 991,9 kwanzas.

Em geral, as taxas de câmbio do dólar norte-americano nos diferentes bancos comercias variavam entre os 852,5 e os 901,1 kwanzas. Já o euro, até a data da reportagem valia nos diferentes bancos entre 913,0 a 991,9 kwanzas por cada unidade.

O Banco Angolano de Investimentos (BAI), por exemplo, voltou a reduzir o valor limite de carregamentos mensais dos cartões Visa BAI Kamba de 500 para 250 dólares, ao que justificou apontando para excepcionalidades na evolução do mercado cambial.

Importa realçar que na data da reportagem, o Banco Oficial da China tinha apenas disponível no site as taxas de câmbio referentes ao dia 14 do corrente mês. Já o Standard Chartered Bank Angola, tendo em conta a natureza das suas actividades não tem disponível no seu site as taxas de câmbio praticadas pelo banco e foram usadas na reportagem as informações obtidas no site do BNA conforme indicou a própria instituição.

É ainda importante lembrar que até Maio deste ano, o BNA já vendeu divisas avaliadas em 297 milhões de dólares aos bancos comerciais, de forma a atenuar a escassez no mercado.

No mês Maio o BNA disponibilizou mais 200 milhões de dólares no mercado cambial montantes que foram adquiridos na totalidade por 17 bancos comerciais. A medida foi tomada com o objectivo de contornar a falta de moeda estrangeira que tem se verificado desde o ano passado, já que os bancos passaram a ter acesso a menos divisas.

Para se ter uma ideia, os bancos comerciais passaram a ter acesso apenas a cerca de 600 milhões USD por mês, equivalente a metade do valor mensal transaccionado em 2022. Apesar das importações terem caído cerca de 40%, a verdade é que existe um claro desequilibro entre aquilo que é a procura e a oferta de divisas, seja no sector empresarial como para particulares.

Em Fevereiro, o Tesouro já tinha disponibilizado 300 milhões USD que foram adquiridos na totalidade por 19 bancos comerciais em apenas duas horas Entretanto, com uma procura tão elevada, a pressão sobre o mercado cambial deve continuar, empurrando também a procura para o mercado informal, o que levou ao aumento do gap entre o oficial e o paralelo, que já ronda os 30%.

O economista Wilson Chimoco defende que a escassez de divisas não significa a ausência delas. Mas apenas a incapacidade para atender à procura do mercado. "Nesta conformidade, tem sido mais o aumento da procura por divisas, do que propriamente, a redução da oferta que tem intensificado a escassez no mercado.", diz.

Leia o artigo integral na edição 781 do Expansão, de sexta-feira, dia 21 de Junho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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