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EMIS cria plataforma que junta todos os serviços de pagamentos digitais

PARA PROMOVER DITALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS E INCLUSÃO FIANCEIRA

Chama-se Kwik, o mecanismo criado pela Empresa Interbancária de Serviços e que vai permitir, nos próximos tempos, a interoperabilidade entre os serviços de pagamentos de todos os bancos e prestadoras de serviços financeiros que actuam em Angola.

Está em processo de desenvolvimento uma nova plataforma de serviços bancários digitais que vai permitir que os clientes dos pagamentos comerciais que tenham serviços de pagamentos digitais façam operações interbancárias através de aplicativos diferentes. Chama-se Kwik e está a ser desenvolvida pela Empresa Interbancária de Serviços (EMIS), revelou ao Expansão o vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Rui Minguês.

Com a plataforma, os clientes de diferentes bancos passam a estar habilitados a transferir dinheiro, comprar ou fazer outro tipo de movimentação bancária através dos aplicativos dos respectivos bancos. Por exemplo, os utilizadores do serviço BAI Directo, do Banco Angolano de Investimentos (BAI), poderão, por via disso, transferir ou receber fundos de outros clientes que usem, por exemplo, o Millennium Directo ou o Agiliza *400#. O mesmo acontecerá com os clientes do BFA, que usam o BFANet, quan[1]do pretenderem transferir dinheiro para outros bancos.

A novidade foi avançada ao Expansão à margem do XI Fórum de Economia e Finanças, da Associação Angolana de Bancos (ABANC), onde Rui Minguês e vários responsáveis de bancos debateram a "Trasnformação Digital dos Serviços Financeiros". "Proximamente teremos em operação o sistema Kwik. Será algo que os consumidores vão perceber apenas na utilização. Vamos garantir, através da EMIS, a interoperabilidade entre os promotores de sistemas de pagamentos. Independentemente da aplicação que o consumidor esteja a utilizar, poderá fazer transacções com outros consumidores que estejam a utilizar outras aplicações", explicou o vice-governador do banco central.

Actualmente, os clientes ou consumidores de serviços bancários só podem fazer operações através de plataformas dos respectivos bancos. Nem mesmo o Multicaixa Express, da EMIS, viabiliza essas operações, apesar deste juntar vários cartões Multicaixas numa só plataforma.

Educação como base da transformação digital

No evento que reuniu gestores de bancos e técnicos das áreas de IT das mais variadas instituições bancárias, os profissionais foram unânimes em defender que a educação ou a literacia financeira é o ponto de partida para uma melhor transformação digital dos serviços financeiros. O presidente do Conselho de Administração da EMIS, Gualberto Matos, defendeu a introdução do tema da digitalização nos currículos académicos ou o seu reforço nos cursos de formação bancária. "Nós temos uma experiência na EMIS - já tive quando estive na Angola Telecom - nós recrutamos nas Universidades. Ao segundo ano, seleccionamos o aluno, damos-lhe uma bolsa e depois garantimos o emprego. Investimos na formação. Temos a outra via que é ou revitalizamos o Instituto de Formação Bancária (IFBA) ou fazemos financiamentos para as universidades", sublinhou o gestor da única empresa provedora dos serviços da rede Multicaixa em Angola.

A digitalização de serviços bancários tem vindo a crescer ano após ano no País. Citados pelo vice-governador do banco central, dados da EMIS, revelam crescimento na utilização dos canais digitais para pagamentos. Só desde 2017, o recurso aos Terminais de Pagamento Automáticos (TPA), dispararam 171%, ao saírem de 12,3 milhões em Dezembro de 2017 para 33,3 milhões em Outubro deste ano.

Por sua vez, o número de operações executadas no aplicativo Multicaixa Express em Outubro de 2022 foi de 34, 2 milhões, o que, na opinião de Rui Minguês, revela o apetite dos clientes bancários pela digitalização dos serviços.

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