Pequenos Investidores terão muitas dificuldades em comprar acções do BAI na bolsa
Numa altura em que faltam menos de três meses para o tão esperado arranque do mercado de acções em Angola, especialistas temem que a falta de fundos autorizados a investir em acções afaste os pequenos investidores daquela que será a primeira Oferta Pública Inicial (OPI) a ocorrer no país.
A menos de três meses para a data indicada pelo BAI para a realização da primeira oferta pública inicial, em Maio, não está registado nem em processo de registo nenhum fundo de investimento autorizado a investir em acções, apurou o Expansão.
Especialistas ouvidos pelo Expansão concordam que nesta fase já deviam estar em fase de comercialização, ou de registo junto da Comissão do Mercado de Capitais o (s) primeiro (s) fundo de investimento destinados a investir no mercado de acções, já que são estes veículos que permitem a pessoas com poupanças reduzidas ter acesso a este activo tão desejado por todos os investidores.
O Estado vai vender as 1.945.000 acções que detém no BAI e que equivalem a 10% do total. Estas acções serão vendidas durante uma Oferta Pública Inicial, ou seja, todos os investidores interessados, sem excepção, podem lançar ofertas de compra de acções do banco desde que tenham o montante para pagar o correspondente ao lote mínimo de acções.
Segundo cálculos do Expansão, considerando hipoteticamente que cada acção do BAI seja vendida a 18.500 Kz e os grandes investidores façam ofertas mínimas de compra para 1.000 acções, isto significa que quem tenha no mínimo 18.500.000 Kz estaria em melhores condições para fazer ofertas no mercado primário e comprar esta parcela de acções do BAI.
"A hipótese de pessoas que queiram comprar um montante de acções equivalente a 50 ou 100 é muito diminuta, por isso estas pessoas estariam em melhores condições de investir caso surjam fundos de investimento autorizados a investir em acções, já que uma unidade de participação poderia custar 10.000 ou 100.000 Kz, dando a possibilidade a pequenos poupadores participarem [ainda que indirectamente] na IPO", admite um banqueiro ao Expansão sob anonimato.
De acordo fontes do nosso jornal, nas condições actuais, apenas investidores com elevada poupança ou grandes e médias empresas estão em condições de ter sucesso com as ofertas de compra. "Mas nem tudo está perdido já que nestas operações há sempre quem compre na expectativa de que as acções valorizem um ou dois meses após a OPI e por isso quererá após este prazo vende-las no mercado secundário", admite um outro banqueiro.
(Leia o artigo integral na edição 662 do Expansão, de sexta-feira, dia 18 de Fevereiro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)