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Empresas & Mercados

Petrofund com 320 milhões USD para financiar em Angola

PARA OS SECTORES DO PETRÓLEO, GÁS E MINEIRO

Sociedade de investimento de Capital de Risco vai apostar no investimento e financiamento em pequenas e médias empresas ligadas à indústria extractiva. Conta com capital do grupo Finalis, uma rede que diz contar com mais de 32 mil milhões USD em negócios activos.

A primeira Sociedade de Investimento de Capital de Risco vocacionada para o sector petrolífero registada em Angola, a Petrofund, acaba de ser capitalizada com 320 milhões USD, o equivalente a cerca de 266 mil milhões Kz, e já está pronta para começar a identificar no País empresas dos sectores do petróleo e gás e do sector mineiro. Segundo apurou o Expansão, este valor vai ser distribuído trimestralmente pelo fundo de investimento de origem americana, sendo que para cada trimestre a sociedade terá disponíveis cerca de 80 milhões USD.

As sociedades de capital de risco são sociedades anónimas que têm como objecto o investimento em capital de risco, ou seja, a aquisição de instrumentos de capital próprio e de instrumentos de capital alheio em sociedades com elevado potencial de crescimento, como forma de beneficiar da valorização da empresa. Em termos práticos, uma sociedade de capital risco realiza participações em empresas com forte potencial de crescimento e desenvolvimento, com investimentos por períodos limitados numa perspetiva de médio e longo prazo, e de forma minoritária, geralmente não ultrapassando os 49% do capital da empresa.

Assim, de acordo com o PCA da Petrofund, Vicente Inácio, o objectivo é que a sociedade realize investimentos junto das empresas prestadoras de bens e serviços do sector do petróleo e gás e mineiro, não estando aberta para empresas de outros sectores da economia. Os investimentos serão feitos via aquisição de participação financeira para adquirir entre 1% e 30% do capital social das empresas que se disponibilizarem, sendo que as mesmas são livres de aderir ou não à venda de uma parte do seu capital social, mediante um acordo.

"Nós identificámos os sectores dos recursos minerais e o petróleo e gás, porque são nestes dois sectores que a Petrofund pretende alavancar o conteúdo local nacional, desde as empresas prestadoras de serviços e fornecedoras de bens e equipamentos. A Petrofund vai investir em empresas existentes e maduras, ou que tenham potencial de crescimento", disse Vicente Inácio, em declarações ao Expansão.

Assim, para as empresas que pretendam obter este financiamento devem candidatar-se no site da Petrofund e apresentar a documentação legal, a situação patrimonial e financeira da empresa, bem como a documentação de compliance e o comprovativo que reconhece que a empresa está inscrita na Agência Nacional de Recursos Minerais (ANRM) ou na Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).

Já as empresas ligadas a áreas de formação profissional devem estar registadas no INEFOP.

Empréstimos

Como alternativa de financiamento, a Petrofund dispõe também de contratos de empréstimos financeiros para empresas que tenham dificuldades de liquidez imediata que, segundo o PCA, é uma alternativa ao crédito bancário e terá taxas mais atractivas.

"Naqueles casos em que a empresa diz que tem uma necessidade de liquidez financeira, nós vamos negociar com a empresa para disponibilizar essa liquidez financeira para a empresa no curto prazo. Entretanto os nossos critérios são bastante exigentes, e reconhecemos que nestes sectores as empresas já são mais maduras porque trabalham com entidades internacionais e têm uma outra maturidade em relação a outros sectores", explicou.

Entretanto, até ao final do ano, a Petrofund pretende investir pelo menos em cinco empresas prestadoras de bens e serviços do sector do petróleo e gás e mineiro, em função da avaliação que tem de ser feita a toda prova documental que as empresas devem submeter. Assim, de acordo com Vicente Inácio, a Petrofund conta, actualmente, com cinco accionistas angolanos, fundadores da sociedade, bem como parcerias com investidores estrangeiros, e está em processo de negociação com outros investidores, prevendo realizar fundraising e roadshows dentro e fora do País, já com previsão para o Dubai e África do sul.

O investidor americano

Os 320 milhões USD resultam de um acordo entre a Petrofundig e a Finals, representada pelo empresário e consultor norte- -americano Jaha Cummings. A Finalis é uma rede de banqueiros de investimento (com mais de 300 bancos), consultores de fusões e aquisições e fundos, que procuram oportunidades de investimento nos mercados de capitais em várias partes do mundo. A norte-americana tem mais de 32 mil milhões USD em negócios activos e cerca de 300 profissionais. "O que fazemos, em geral, é que quando surgem oportunidades de investimento na nossa rede, oferecemos essas oportunidades aos nossos banqueiros e estes disponibilizam capitais para estes negócios", disse Jaha Cummings ao Expansão.

Assim, de acordo com o empresário e consultor, o objectivo do grupo norte-americano é disponibilizar o capital para que a Petrofund possa reforçar o crescimento das pequenas e médias empresas (PMEs) em Angola, especialmente dos sectores do petróleo e gás e mineiro, e proporcionar bons resultados para os seus investidores.

"Eu diria que as pequenas e médias empresas são a economia, e poder fornecer o capital necessário para escalá-las, atendo às necessidades reais do mercado, acho que terá um impacto tremendo. Permitirá a diversificação da economia e a capacidade de utilizar os recursos humanos disponíveis", disse realçando que "este é o primeiro grande investimento em África, e acho que que terá um impacto significativo...

Leia o artigo integral na edição 769 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Março de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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