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Empresas & Mercados

Quebra da produção custa ao País 4,4 milhões USD/dia

Acordo OPEP+

Angola podia produzir 1,3 milhões barris/dia mas a nossa capacidade é actualmente de apenas 1,14 milhões. Deixa de arrecadar 4,4 milhões USD/dia

Em termos gerais, a diferença entre a nossa produção actual e o limite imposto na última reunião da OPEP+ é de 160 mil barris/dia, que ao preço actual de mercado, 82 USD por barril poderia significar um volume de vendas de 13,12 milhões USD. Se tivermos em linha de conta que cerca de um terço deste valor significam receitas para o Estado angolano percebemos que esta quebra de produção impede o encaixe diário de cerca de 4,4 milhões USD, ou seja, 1,6 mil milhões USD/ano.

Nos últimos anos Angola tem vindo a baixar a sua produção de petróleo desde 2016 (quando era de 1,72 milhões de barris/dia) a um ritmo de 150 mil bpd, tendo nesta altura um valor de 1,14 milhões bpd, apesar de haver a previsão de um ligeiro aumento nos pressupostos da proposta do OGE 2022. O valor actual de produção é o mais baixo dos últimos 15 anos .

Acrescente-se que este facto contribuiu para que o PIB petrolífero tivesse tido um decréscimo 8,3% em 2020, sendo que para este este ano deverá rondar -10,2% de acordo com a Programação Macroeconómica Executiva Revista e que consta na proposta de OGE 2022. Para o próximo ano o Executivo prevê um crescimento de 1,6% no PIB deste sector. A Administração de Informações de Energia dos EUA (EIA-US) previu em Outubro que o preço médio do barril em 2022 será de 71,91 USD, a Goldman Sachs estimou em 80 USD, e o Barclays Bank no seu relatório da conjectura financeira internacional avança um valor de 77 dólares. A OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), no seu relatório de Outubro, avança para um valor mais modesto, 65 USD. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI), no relatório do terceiro trimestre, refere que a expectativa que para o valor médio do barril no próximo ano será de 63 dólares.

Na reunião da passada quinta- -feira, os membros da OPEP+ reafirmaram a decisão de manter a actual estratégia de produção, que passa pelo prolongamento do acordo estabelecido em Agosto passado, ou seja, de aumentos mensais de 400 mil bpd. Foi também decidido e passado aos membros do grupo a importância crítica de aderir à conformidade total e ao mecanismo de compensação, aproveitando a extensão do período de compensação até ao final de Dezembro de 2021. A próxima reunião do grupo acontece a 2 de Dezembro, e será a última da presidência angolana.