Sanções à Rússia não afetaram exploração de diamantes em Catoca
A exploração mineira em Catoca começou em 1997, com uma central de tratamento e hoje tem duas, com 5 mil empregados, e produz 8 milhões de quilates.
Quando o ocidente decidiu impor sanções às empresas russas, muitas filiais no mundo sentiram o impacto, mas por cá a Al Rosa, accionista na Sociedade Mineira de Catoca (SMC), com 41%, juntamente com a ENDIAMA que detém 41% e a ENDIAMA Mining 18%, continua a operar a 4ª maior mina a céu aberto. O director-geral de Catoca, Benedito Paulo, revelou ao Expansão que a empresa que dirige não foi afectada com as sanções à Rússia e as operações continuam, "com normalidade e sem restrições".
A meta é superar os indicadores do ano passado. Os equipamentos continuam a chegar à mina e, pelo que tudo indica, este ano será ainda melhor em termos de produção de diamantes e receitas, garante. Apesar do optimismo, os indicadores do ano passado apontam para o aumento dos custos operacionais da SMC, que se fixaram nos 338,2 milhões USD.
Mas foi em 2021 que a empresa teve mais lucros, mais de 270,6 milhões USD, o maior desempenho de sempre, investiu 14,5 milhões em meios e para o futuro, conforme apurou o Expansão, a SMC, pretende explorar diamantes em túnel. No ano passado, as receitas da SMC atingiram o valor de 757,48 milhões USD, um aumento de 23% face a 2020, e foram comercializados 6,4 milhões de quilates.
O futuro da mina passa por esta via, porque a profundidade actual da mina o aconselha e já estão em curso estudos de viabilidade para início das escavações. O trabalho vai ser assumido por angolanos que já estão a liderar cargos intermédios na gestão e operacionalização da mina de Catoca. São na maioria jovens recrutados a nível local e noutras regiões do país. É uma espécie da "angolanização" da SMC. Perto de 60% dos colaboradores da mina têm formação profissional on job, enquanto os restantes foram formados no estrangeiro com o patrocínio da SMC.
É a quarta maior mina do mundo, explorada a céu aberto, responsável por mais de 70% da produção de diamantes em Angola. Conta com 5 mil empregos e produz perto de 7 milhões de quilates por ano. São indicadores que levaram o embaixador da Bélgica, Jozef Smet, a admirar o profissionalismo dos angolanos na gestão e operacionalização da mina de Catoca.
Em visita privada à Mina de Catoca, o diplomata disse que "a Bélgica não tem tradição na exploração de diamantes, mas é um dos grandes mercados de destino dos diamantes angolanos". Mas vai trabalhar no sentido de trazer empresários do seu país para os incentivar a investir na transformação de diamantes e outros sectores em Angola.