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"É o momento de todos construírem almofadas financeiras para o futuro", recomenda Centeno

Governador do Banco de Portugal

Sem querer fazer previsões orçamentais, o governador do Banco de Portugal deixou vários recados sobre a gestão das contas públicas. A mensagem de Mário Centeno para todos construírem almofadas financeiras vai também ao encontro da decisão do supervisor em exigir aos bancos mais uma almofada financeira no seu balanço a partir de 1 de Janeiro de 2026.

O governador do Banco de Portugal recomendou esta semana que o Estado, as empresas e as famílias portuguesas voltem a constituir "almofadas" de poupança para fazer face aos desafios futuros. A declaração de Mário Centeno ocorre a dois dias da entrega do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e reflecte aquela que tem sido a sua mensagem de prudência nos últimos anos.

"É o momento de todos construírem almofadas financeiras para o futuro", disse Mário Centeno na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de outubro de 2024, em Lisboa, citado pela imprensa portuguesa.

O ex-ministro das Finanças do PS falava das perspetivas de poupança das famílias, que o Banco de Portugal prevê que se situe acima de 11% entre 2024 e 2026, mas estendeu a recomendação para os restantes agentes económicos: empresas e Estado. Este cenário surge num contexto de moderação do crescimento do rendimento disponível real das famílias, que deverá abrandar para uma média de 1,9% em 2025 e 2026, após um aumento expressivo de 6,6% previsto para 2024.

No Boletim Económico, o Banco de Portugal afirma mesmo que a política orçamental, que prevê que se mantenha expansionista, ou seja, com várias medidas de alívio para famílias e empresas, através da redução de receita e de aumento de despesa, até 2026 "gerará a necessidade de um ajustamento posterior numa fase menos favorável do ciclo económico".

Assim, defende que "a redução sustentada do rácio da dívida pública não deverá abrandar o ritmo, pois representa um elemento fundamental para a estabilidade macroeconómica e para o crescimento das gerações presentes e futuras".

A mensagem Mário Centeno para todos construírem almofadas financeiras vai também ao encontro da decisão do supervisor em exigir aos bancos mais uma almofada financeira no seu balanço a partir de 1 de Janeiro de 2026.

Esta segunda-feira, o Banco de Portugal colocou em consulta pública (aberta até 19 de Novembro) um projecto de aviso que vai alterar a reserva contracíclica de fundos próprios dos 0% actuais para 0,75% a partir do dia 1 de Janeiro de 2026. Ou seja, será nessa altura que os bancos terão de ter reforçado esta "almofada" de capital. Esta medida "tem um desfasamento grande, porque os bancos têm de constituir almofada até 1 de janeiro de 2026", para "dar tempo para os agentes económicos se adaptarem", apontou Centeno.

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