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Opinião

Menos 80 milhões de barris de petróleo na produção em Angola e a fantasia do seu declínio natural

Convidado

A produção de petróleo em Angola reduziu mais 80 milhões de barris nos últimos cinco anos de 1.715.552 barris por dia em 2013 para 1.478.940 em 2018. Com impacto negativo sobre o volume das exportações de petróleo e, indirectamente, sobre a taxa de câmbio e de inflação resultante da redução de divisas provenientes destas exportações. Surge assim a pergunta que não se quer calar, - "Qual é a causa fundamental da redução da produção de petróleo em Angola?".

O declínio natural da produção de petróleo é a resposta baseada exclusivamente na geofísica e tem sido a justificativa para confundir o senso comum dos cidadãos, impossibilitando-os de fazerem as análises mais completas.
Todavia, é óbvio que do ponto de vista económico e suportados pela teoria de Hotelling, a redução da produção de petróleo deve-se sobretudo à diminuição do investimento, causada pela redução do preço do barril de petróleo em 35%, de 107 USD/Barril em 2013 para 70 USD/Barril em 2018.
Em Angola esta relação é muito forte, na medida em que mais de 97% do fluxo de entrada do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) depende, fundamentalmente, da execução de projectos ligados ao sector dos petróleos. Digamos, que se registou um corte superior a 50% nos investimentos na indústria petrolífera de mais de 14 mil milhões USD em 2013 para 7 mil milhões USD em 2018, conforme as estatísticas do Banco Nacional de Angola.
Dito de outra forma, o primeiro efeito da redução do preço do petróleo é a dificuldade das empresas petrolíferas em obterem financiamento, uma vez que se antevê uma perda de valor do seu principal activo e garantia, - reservas de petróleo. O segundo efeito e mais severo é a diminuição da rentabilidade dos projectos petrolíferos que leva os investidores a preferirem outros negócios com maior rentabilidade com impacto significativo na redução da produção futura.

(Leia o artigo na integra na edição 542 do Expansão, de sexta-feira 20 de Setembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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