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Opinião

A informação & a mediocridade da nossa economia

Convidado

E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará! A verdade que é transversal à sociedade, às pessoas, à ciência, à inovação e às instituições. A verdade transforma o homem, e este dá frutos bons e visíveis.

A sua transversalidade às instituições "económicas e financeiras" é importante, tendo-as como base para melhor planificação, eficiência, rumo à eficácia desejada por todos.

A verdade assenta na independência das pessoas que compõem as instituições, que se convertem também em independentes. Uma economia de mercado prima pela independência das instituições (destacando instituições como o Instituto Nacional de Estatística (INE); Banco Nacional de Angola (BNA); Instituto Regulador de Seguros-IRSEG), mormente aquelas que servem outros sectores, para promover o crescimento económico de um país.

Preocupa-nos o facto de assistirmos a certas acções, que podem macular toda a transparência no fornecimento de informações menos claras e indiciar interpretações adversas ao que se pretende. Por mais que se oculte a verdade, só estaríamos a adiar as soluções, prolongando o sofrimento das pessoas. Como disse Agostinho Neto, num dos seus poemas, que: "espera pacientemente o acumular das nuvens ao sopro da história, ninguém impedirá a chuva". Deixem-na cair!

Por exemplo, das instituições acima citadas, cobramos que haja a máxima transparência possível para brindar a todos nós, informações que nos sirvam de bússola, barómetro, na tomada de decisões, como utilizadores dos seus serviços, quando desejarmos realizar um investimento v.g. em bolsa; na compra de uma acção, de um título de participação, de um título de dívida pública, de uma obrigação, ou na compra de moeda. Logo, a importância de uma informação fiável e clara.

Há pronunciamentos de certos gestores-mor comprometedores, enviesados, com falta de clareza, tomando-nos como ignorantes, mesmo com os parcos conhecimentos adquiridos, que nos capacitam a compreender ao menos, o que se pretende. Tomem-nos a sério!

É importante passar informações fiáveis e lógicas, ao environment [ambiente] económico, social, cultural, desportivo, etc. para percebermos, e daí colaborar no bem-estar das pessoas, independentemente da sua origem, raça ou etnia.

Afinal, quando a diminuição das importações é devido à perda do poder de compra dos consumidores; o aumento da inflação é motivada pela subida dos preços dos bens e serviços, mormente os bens cuja produção doméstica não satisfaz a procura doméstica, resultando na correria dos bens importados; a subida da taxa de juro e restrição na massa monetária, para conter a inflação resultando numa política restritiva, o que desestimula o crédito à economia, e concomitantemente o seu crescimento; o aumento da população empregada em 8,3% para 10,7 milhões de habitantes, diminuindo a taxa de desemprego de 31,8% para 30,6% à custa do crescimento do emprego no mercado informal, que cria uma mão de obra menos qualificada, com efeitos negativos na produtividade, que nos enfraquece em matéria de competitividade; a economia angolana cai de terceira maior da África Subsariana em 2018 para oitava em 2021, cuja cronologia da queda do PIB a contar de 2004 (Angola tinha um PIB de 23,6 mil milhões USD que lhe deu o terceiro lugar), ficou atrás da África do Sul (PIB de 228,9 mil milhões USD) e Nigéria (PIB 130,3 mil milhões USD) tendo-se mantido neste lugar até 2018. E, em 2019, Angola caiu para o quinto lugar (PIB de 89,6 mil milhões USD) ultrapassado pelo Quénia (PIB de 95,4 mil milhões USD) e pela Etiópia (PIB de 92,8 mil milhões USD). No ano passado, Angola (PIB de 61,9 mil milhões USD) caiu para sétimo lugar, superada pelo Gana (PIB de 67,3 mil milhões USD) e pela Tanzânia (PIB de 64,1 mil milhões USD). Fontes do FMI, projectam Angola para o oitavo lugar para 2021, com um PIB de 61,4 mil milhões USD, ultrapassada pela Costa do Marfim (PIB de 71,1 mil milhões USD), estamos em presença de uma economia medíocre.

*Economista e docente universitário

(Leia o artigo integral na edição 611 do Expansão, de sexta-feira, dia 12 de Fevereiro de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)