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Opinião

Equilibrar a taxa de natalidade com a de crescimento para não cair na espiral de miséria

Chancela do CINVESTEC

Não podemos viver com taxas de crescimento abaixo do nível de crescimento populacional! Daqui apenas resulta um ciclo vicioso de miséria. A maioria da população perde a capacidade de sustentar, tratar e educar as crianças, criando uma população mal nutrida, com doenças que consomem elevados recursos na área da saúde, mortes prematuras e sem possuir os conhecimentos necessários para aumentar a produtividade.

É de sublinhar a obrigação de proteger as crianças por parte do Estado, impondo aos pais o cumprimento dos deveres de paternidade, quer os pais estejam juntos ou separados e exista(m) ou não outra(s) relação(ões). As crianças não podem ser prejudicadas pelos desentendimentos dos adultos!

Sem equilibrarmos a nossa taxa de natalidade com o crescimento da produção caímos numa espiral de miséria em que se produz cada vez com menos eficiência, lançando no mundo gerações de pessoas mal- -nutridas, sem saúde e sem conhecimentos. A economia não tem sentido se não favorecer gerações sucessivas de jovens adultos mais saudáveis e mais bem instruídos, capazes de beneficiar de um crescente bem-estar material!

O primado da lei

Na sua acção em todos os domínios, o Estado, mais do que qualquer outro agente, deve cumprir a Lei!

Em contraponto à prática da impunidade, prevalecente até 2017, criou-se a ideia de que o primado da lei consiste em que ninguém, como indivíduo, esteja acima da Lei. Concordamos, mas não basta. É também necessário que o Estado, de forma genérica, e qualquer dos seus agentes, em particular, tenham como limite da sua actuação a Lei. A ideia de que o Estado pode, na suposta defesa dos interesses da sociedade, interpretar de forma discricionária o que a Lei diz, inverter a hierarquia das leis ou inventar normas que, no seu entender, defendem os interesses sociais corresponde à ideia de vanguarda que continua a prevalecer na nossa sociedade.

Um Estado moderno deve ser um executor de políticas transparentes que permitam às empresas conhecer, o melhor possível, as condições de mercado actuais e futuras, possibilitando decisões racionais sobre os investimentos e modelos de negócio e aos consumidores, que são todos os cidadãos, conhecer os objectivos do Estado e julgar, nas eleições, os sacrifícios e os benefícios. O Estado continua com políticas em ziguezague, que são tudo o que não se deve fazer para atrair investimento e aumentar a produção! A função do Estado é reduzir a incerteza, não aumentá-la!

Um processo transparente de aprovação de normas, o respeito pela Lei, políticas simples, transparentes, consistentes e com um horizonte de aplicação inequívoco e a sua aplicação permanente e sem desvios são parte importante da revolução das relações sociais sem as quais dificilmente criaremos uma economia eficiente e próspera!

A segurança pública

A segurança pública deve tornar-se urgentemente uma função social de protecção dos cidadãos e das empresas! A PN tem de se desmilitarizar. Necessitamos de uma polícia civil, com direitos e deveres, um corpo de colaboração com os cidadãos e não um corpo de combate! Há, neste capítulo, um enorme trabalho a fazer por parte dos órgãos de segurança pública.

A polícia não tem funções de fiscalização.

Só quando as empresas e habitações não necessitarem de recorrer a seguranças privados e os cidadãos puderem reduzir significativamente a pressão psicológica da insegurança nas suas habitações e deslocações estará o Estado a contribuir para o aumento da produtividade, o aumento da produção nacional e do investimento!

Se há coisa que os empresários valorizam é a segurança dos seus investimentos sem prepotências, no quadro de uma polícia civil que actue para os proteger sob as mais diversas circunstâncias, sem nunca interferir nos seus negócios!

*Economista e director do Cinvestec

(Leia o artigo integral na edição 621 do Expansão, de sexta-feira, dia 23 de Abril de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)