Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Angola

Falta de alguns materiais atrasa a reabilitação do largo do Kinaxixi

TRABALHOS VÃO RESTABELECER A ANTIGA CIRCULAÇÃO AUTOMÓVEL

As obras financiadas pelo BAI já começaram no local, mas incluem apenas as zonas públicas do projecto. Ainda não há solução para as três torres imobiliárias, em construção há mais de 10 anos, que estão avaliadas em cerca de 1.000 milhões USD.

A falta de material de construção está a condicionar o avanço das obras de reabilitação, que recomeçaram há dois meses, no largo do Kinaxixi, depois da assinatura de um memorando entre o Governo Provincial de Luanda (GPL) e o Banco Angolano de Investimentos (BAI). O acordo prevê a requalificação urbana do largo (incluindo a reinstalação da estátua da rainha Njinga Mbandi) e das vias circundantes, sendo que a obra foi entregue à construtora Griner. O prazo inicial, que indicava um período de seis meses com inauguração prevista a 11 de Novembro, está em risco de não ser cumprido.

"As obras estão a andar lentamente devido à falta de material. Quando essa questão estiver resolvida, o visual desta zona da cidade pode mudar em apenas 15 dias", afirmou um dos trabalhadores, que preferiu o anonimato, sem avançar datas concretas para o término da empreitada, que vai permitir retomar o antigo tráfego automóvel naquela zona histórica da capital.

O responsável detalhou ainda que, "por enquanto, a responsabilidade da Griner consiste apenas na reposição do largo do Kinaxixi, da antiga circulação rodoviária e da estátua da rainha Njinga Mbandi".

A 29 de Abril, quando foi anunciado o acordo entre o GPL e o BAI, a comunicação social divulgou que as obras incluíam também a construção de um anfiteatro ao ar livre, instalações sanitárias, percursos pedonais, intervenções ao nível do paisagismo e mobiliário urbano e ainda um parque de estacionamento subterrâneo com cinco pisos.

O Expansão apurou que o projecto arquitectónico e de engenharia ainda não está totalmente fechado e que esta situação pode originar alterações no tipo de intervenção que vai ser realizada naquela zona da capital do País.

No dia da assinatura do memorando entre o GPL e o BAI, o governador de Luanda, Manuel Homem, garantiu "apoio absoluto" para a criação das condições logísticas necessárias, tendo na altura reconhecido que este é um projecto aguardado pelos cidadãos.

Uma longa história

O acordo entre o BAI e o GPL visa apenas a requalificação urbana do largo do Kinaxixi e das vias circundantes e não apresenta, por enquanto, qualquer solução para a conclusão das três torres imobiliárias, que começaram a ser construídas no final da década de 2010. A construção da vertente imobiliária está paralisada há vários anos, realidade que levanta sérios questionamentos sobre a viabilidade económica daquele investimento.

O próprio BAI é o financiador e promotor do projecto, que foi idealizado durante um período de forte expansão económica pela empresa Kinaxixi Empreendimentos Imobiliários (ligada ao empresário Minoru Dondu e outros investidores), que tem vindo a acumular uma elevada dívida junto daquela instituição bancária.

Neste momento, até pelo alto padrão do projecto e devido à estagnação económica, não existem muitas soluções viáveis para salvar as três torres, que já derrubaram o famoso prédio da Cuca e preparam-se para ajudar a demolir o vizinho prédio da Mirui, entretanto desabitado.

Segundo apurou o Expansão, uma das hipóteses em estudo passa pela intervenção do BAI, que pode assumir a gestão do projecto na totalidade para que seja possível terminar o projecto e desenhar uma estratégia de rentabilização dos imóveis, bem como dos espaços comerciais previstos e, desta forma, recuperar pelo menos parte do crédito malparado.

Em Fevereiro de 2023, o director da Kinaxixi Empreendimentos Imobiliários, Luciano Dizik, avançou ao Expansão que para concluir os trabalhos eram necessários mais 500 milhões USD, um valor bastante elevado. E disse também que, quando o projecto estivesse concluído, o custo total do investimento poderia chegar aos 1.000 milhões USD.

Leia o artigo integral na edição 782 do Expansão, de sexta-feira, dia 28 de Junho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo