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Angola

Supermercados crescem em Luanda e tentam rivalizar com informalidade

DESCENTRALIZAÇÃO DO LICENCIAMENTO ESTÁ NA BASE

Angola conta com 120 mil estabelecimentos comerciais e 70% estão instalados em Luanda. A descentralização dos serviços de licenciamento tem vindo a contribuir para o surgimento de novas lojas e parece ser a estratégia preferida do Governo para a formalização do sector do comércio.

O número de lojas e supermercados em toda a província de Luanda tem vindo a aumentar bastante nos últimos tempos. Apesar de algumas destas lojas se apresentarem muitas vezes vazias, algumas começam a rivalizar com a informalidade. Este aumento de lojas e o surgimento de novas marcas de distribuição demonstram os efeitos da descentralização dos serviços de licenciamento, assume o Ministério do Comércio e Indústria.

Teresa Augusto faz as suas compras em diferentes espaços comerciais. Por exemplo, frequenta a conhecida praça do 30, em Viana, para comprar as verduras e produtos não-perecíveis. Quanto aos produtos frescos, opta pelos armazéns. No que toca aos lacticínios e charcutaria vai comprar nos supermercados que, segundo diz, "oferecem maior segurança". "Há produtos que precisam de uma certa conservação", sublinha.

Apesar desta preferência, quem dita as regras é o bolso e a disponibilidade financeira consoante a altura do mês. Quando a vida está mais difícil, tem mesmo de optar pelos mercados tradicionais. Teresa Augusto contou que foi aprendendo estes "truques" de compras com a mãe e é algo que leva para a vida. Mas não é a única dona de casa que faz exercícios de somar e subtrair no momento de abastecer a despensa familiar.

Helena Major também procura o melhor local para fazer compras atendendo ao seu orçamento mensal e, normalmente, prefere os mercados para comprar em maior quantidade. Apesar desta amostra de comportamento das donas de casa, segundo a directora nacional do Comércio Interno, Edna Capalo, Luanda concentra 70% da actividade comercial entre os 120 mil estabelecimentos licenciados pela tutela.

Uma vez que a maioria das superfícies comerciais estão localizadas na zona urbana, é a população desta zona que mais compra, enquanto na zona suburbana regista-se muita aderência ao sector informal. A rede Angomart, por exemplo, assume que estará presente em 17 províncias até final do ano. A administração desta rede de lojas disse ao Expansão que das próximas dez lojas que irão abrir, "nove serão no Namibe, Ondjiva, Kuito, Lubango, Saurimo, Ndalatando e Malanje".

Edna Capalo acredita que factores como a facilitação no licenciamento da actividade comercial, além de incentivar a instalação de novas redes comerciais, também veio acelerar o surgimento de novos estabelecimentos, apesar das queixas sobre a ausência de infraestruturas, água e energia eléctrica em determinadas zonas do País. "Estas medidas acabam por ter impacto directo na formalização da actividade comercial, independentemente de se tratar da distribuição ou de outro segmento", defende. A responsável explicou que o Ministério da Indústria e Comércio está a trabalhar com as associações na transformação da actividade comercial informal. "O sector do comércio é o que mais arrecada para os cofres do Estado, fora a exploração petrolífera", considera Edna Capalo.

O economista Wilson Chimoco entende que os investimentos no comércio formal reduzem o espaço do comércio informal. Sobre os 120 mil estabelecimentos comerciais registados pelo ministério, a directora do Comércio Interno acredita que é preciso fiscalizar e validar quantos destes estabelecimentos "estão realmente operacionais", uma vez que muitos encerram a actividade sem dar a conhecer à tutela, como está previsto na lei.

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