Consolidação orçamental é "notável" mas foi feita à custa das empresas e das famílias
A despesa pública diminuiu e os rendimentos do sector não petrolífero aumentaram, em 2020. Mas o esforço para limpar as contas públicas foi feito à custa do sacrifício das empresas e das famílias. Pagaram mais impostos e assistiram a cortes nos apoios sociais, durante o ano da pandemia, conclui o Cinvestec
No ano da pandemia da Covid-19, marcado pela redução da actividade em todo o mundo, Angola fez um "esforço notável" de consolidação orçamental, diminuiu a despesa pública "em 28%" e fez crescer "4,5%" os rendimentos não petrolíferos, conclui o Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola (Cinvestec), no relatório Económico do 1.º Trimestre de 2021.
Mas esse esforço de consolidação não tem reflexos na vida das pessoas e foi feito à custa das empresas e das famílias. "Contrariamente à generalidade dos países que, num mundo afectado pela pandemia, usaram o poder do Estado para apoiar a economia, as empresas e os cidadãos, nós demos primazia à consolidação orçamental, reduzindo, por exemplo, a despesa social em 30%", justifica Heitor Carvalho, director do Cinvestec. Uma opção questionável num país que se confronta com um problema crónico de desemprego, fenómeno agravado com a quebra de consumo durante o ano de pandemia da Covid-19.
(Leia o artigo integral na edição 643 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Setembro 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)