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Empresas & Mercados

AB Cosmetics cresce 17% nas vendas e factura 300 milhões Kz em 2022

EM 2021 SOBREVIVEU COM AS VENDAS DE ÁLCOOL GEL

Está instalada no polo indústrial do Kikuxi. Custou 10 milhões USD e tem 13 marcas de produtos diversos no mercado, como Bonita, Vogly, Bentol, Bon Fami, Dolce Vita, entre outras. Faz parte do universo Noble Group, proprietário da Angomart.

A fábrica de Cosméticos Active Beauty Cosmestics (ABC) da Noble Group, S.A facturou 300 milhões de Kz em vendas de produtos cosméticos em 2022, um crescimento de 17% nas vendas em relação a 2021, ano em que "sobreviveu" ao período da pandemia com a venda da sua gama de álcool e álcool em gel. Uma estratégia que permitiu manter a actividade industrial, começando agora este produto a baixar o peso na facturação global da empresa.

AB Cosmetics tem a capacidade produzir 60 toneladas (ton) de cosméticos por dia, mais de 21.900 toneladas por ano. Sendo que em 2022 produziu 30 ton/dia, quase 11 mil ton durante o ano passado, a metade da capacidade instalada. Tem por isso potencial de crescimento na medida em que os seus produtos venham aser mais procurados.

Depois de um ano de 2021 difícil, o ano passado a fábrica voltou ao curso "normal" de produção com o alívio das restrições e a venda voltou a ser mais diversificada, abrangendo uma gama que junta 13 marcas diferentes e uma gama de mais de 300 produtos, entre os segmentos de cosmética, limpeza e cuidados pessoais (álcool e álcool em gel). Todos eles são produzidos na fábrica do Kikuxi.

Além da distribuição própria da fábrica, que é feita por 14 carrinhas ao mercado grossita e retalhista, a empresa tem também quatro armazéns em outras províncias do País. Beneficia igualmente de ser do mesmo grupo onde está a Angomart, o que lhe permite aproveitar os pontos de venda da cadeia para chegar a mais clientes e potenciar as vendas Apesar de a distribuição passar, numa primeira instância, pelo mercado formal, na verdade quando se fazem as contas finais, 60 a 70% dos seus produtos acabam por ser vendidos ao mercado informal. Esta é uma realidade muito comum no circuito comercial de produtos de consumo popular, sendo também um reflexo da estruturação da própria economia do País.

De acordo com Paula Quintas, responsável pela comunicação e marketing da ABC, "o mercado informal é muito forte, mas o mercado formal tem vindo a crescer e não é porque o informal esta a diminuir". Isto significa que no global as vendas estão a crescer, e que a distribuição moderna vai ganhando peso face ao comércio informal. "Os produtos na cosmética são produzidos sazonalmente, muito de acordo com a procura dos clientes. Ou seja, em tempos mais secos os cremes e óleos de pele são os mais procurados e é o que produzimos mais. Em tempos mais húmidos, as loções e os produtos mais leves e menos oleosos são os mais vendidos. Obedecemos um pouco à lógica da estação do ano", acrescentou Paula Quintas.

Uma fábrica de 10 milhões de USD

A fábrica que está instalada numa área total de 17.500 m2 no Polo Industrial do Kikuxi, em Viana, resultou de um investimento em Março de 2017 no valor de 10 milhões USD, equivalente a 1,65 mil milhões Kz ao câmbio da época. Nasceu como uma necessidade do grupo em preencher uma faixa de consumo que era tradicionalmente preenchida com produtos importados.

Na área de produção cosmética estão instaladas 12 linhas, divididas entre vaselina, cremes e loções, shampoo & gel de banho, detergentes, perfumaria e álcool gel e similares. A gestão do funcionamento das linhas depende da procura específica de cada tipo de produto. As linhas de produção instaladas permitem uma adaptação dos que têm as mesmas propriedades físicas. Há uma previsão de aumentar mais três linhas de produção para um novo produto que são os desodorizantes em spray, que ainda não tem capacidade para produzir.

A AB Cosmetics conta com um total de 478 trabalhadores, 245 nas 12 linhas de produção de cosméticos e 90 na parte de produção de garrafas de plásticos. Sendo que 143 trabalhadores ocupam as áreas da administração, distribuição como motoristas e o pessoal de apoio. Grande parte destes estão agregados às áreas comerciais e de logística.

Produção depende em parte da importação

"Grande parte da matéria-prima é importada da Alemanha, India, França e outros mercados europeus, temos alguma matéria que conseguimos a partir da produção local, de que é exemplo o álcool para a produção dos produtos de cuidados pessoais. " O peso da importação e os "custos com electricidade" são desafiadores para a fábrica, porque encarecem o produto final, assumindo-se como os factores de produção que mais influenciam os preços.

Paula Quintas esclarece também que existem no mercado nacional muitos produtos cosméticos importados de outros mercados, chegam ao mercado com custos de produção baixos e consequentemente mais baratos. Por isso defende uma maior protecção aos poucos produtores nacionais através de algumas medidas, como o aumento das taxas das importações de produtos acabados e a isenção sobre importação de matérias-primas para a produção nacional.