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Investimento directo estrangeiro no País com maior arranque desde 2016

O QUE OS ANGOLANOS INVESTIRAM NO EXTERIOR REPRESENTA 7% DO QUE OS ESTRANGEIRO INVESTIRAM NO PAÍS NO I TRIMESTRE

Como de costume, o sector petrolífero representa a quase totalidade do investimento estrangeiro em Angola, detendo 94% do total no I trimestre, um claro sinal de que o petróleo continua a ser o sector que garante maior confiança aos investidores. Já os angolanos investiram apenas 9,4 milhões USD no estrangeiro, 68% do total investido lá fora em todo o ano de 2023.

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) no País cresceu 11% para 2.303,1 milhões USD no primeiro trimestre deste ano face aos 2.075,4 milhões registados no mesmo período de 2023, de acordo com cálculos do Expansão com base nas estatísticas do Banco Nacional de Angola (BNA). Trata-se do melhor arranque desde 2016, quando o País captou 3.574,6 milhões USD nos primeiros três meses daquele ano que marca o início de cinco recessões económicas consecutivas (2016 a 2020).

O Investimento Directo Estrangeiro ocorre quando uma entidade não residente em Angola compra total ou parcialmente uma empresa no País, adquirindo uma participação do seu capital, com o objectivo de controlar ou influenciar a sua gestão. Além das aquisições de empresas existentes, o IDE inclui a constituição de novas empresas ou sucursais, aumentos de capital, reinvestimento de lucros e prestações suplementares, entre outras operações.

Como de costume, o sector petrolífero representa a quase totalidade do investimento estrangeiro em Angola. No primeiro trimestre, o oil & gas representou 94% da totalidade de investimento estrangeiro que o País captou. Contas feitas, as petrolíferas e empresas estrangeiras que actuam no sector investiram 2.169,6 milhões USD nos primeiros três meses do ano no sector petrolífero, mais 501 milhões USD face ao mesmo período de 2023. O facto de o sector representar mais 90% do investimento estrangeiro em Angola durante estes todos anos é um claro sinal de que o petróleo continua a ser o grande motor da economia nacional e é o sector que garante maior confiança aos investidores.

Entretanto, o sector não petrolífero representou apenas 6% de todo o Investimento Directo Estrangeiro feito no País entre Janeiro e Março deste ano. Ainda assim, o IDE neste sector disparou ao crescer 1.000%, ao passar de 12,1 milhões USD no I trimestre de 2023 para 133,5 milhões entre Janeiro e Março deste ano.

Para o economista Mateus Maquiadi, o investimento em outros sectores não é "de modo nenhum atractivo", porque muitos desses sectores estão mais sujeitos às circunstâncias da economia e do País em si, o que é diferente do sector petrolífero, em que a produção está virada para os mercados internacionais. Assim, para Maquiadi, o investimento estrangeiro fora do sector petrolífero não atrai grandes investidores devido ao ambiente de negócios que o País apresenta.

Já o economista e consultor financeiro, Henda Inglês, defende que, além do ambiente macroeconómico, para se conseguir materializar os desígnios inerentes à atracção de investimento directo estrangeiro implica, entre outros aspectos, melhorar o desempenho do sistema de educação e ensino no sentido de produzir para o mercado de trabalho quadros com competências ajustadas às necessidades, interesses e expectativas dos diferentes agentes económicos.

Tal como escreveu o economista e consultor financeiro, Henda Inglês no seu artigo "O Investimento Directo Estrangeiro e a falta de quadros" publicado no Expansão, a fraca produtividade da força de trabalho dos países em desenvolvimento é tida como o principal constrangimento enfrentado pelas empresas globais que pretendem investir na indústria transformadora, sobretudo, de África, já que a qualidade de ensino dos países do nosso continente é considerada inferior à de outras regiões do mundo.

Angolanos só investiram 9 milhões USD lá fora

Se no primeiro trimestre os estrangeiros investiram mais 227,7 milhões USD em Angola, em termos homólogos, os angolanos contraíram os seus investimentos lá fora. Contas feitas os angolanos investiram menos 4,5 milhões USD entre Janeiro e Março deste ano, ao registar uma queda de 32% para 9,4 milhões USD face o mesmo período do ano passado.

Durante muitos anos o investimento angolano no estrangeiro foi direcionado para o sector petrolífero, tendo registado o volume mais alto em 2017 ( 1.352,0 milhões USD). Mas, de lá para cá, a trajectória inverteu- -se. Os angolanos deixaram de investir no oil & gás no estrangeiro e passaram a direcionar os seus investimentos para o sector não petrolífero, no exterior.

Leia o artigo integral na edição 779 do Expansão, de sexta-feira, dia 07 de Junho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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