A Empresa Interbancária de Serviços (EMIS) registou até Setembro deste ano cerca de 32,7 mil milhões Kz em compras online, um crescimento na ordem dos 447% em relação ao mesmo período do ano passado, ou seja, cinco vezes mais do que os 6,0 mil milhões Kz do período homólogo, de acordo com os cálculos do Expansão com base nos relatórios publicados pela EMIS.

A acompanhar o montante transaccionado, o número de operações também aumentou para 7,4 milhões de operações contra as 985,1 mil do mesmo período do ano passado, com uma variação de 649%.

Desde a implementação do Gateway de Pagamentos Online (GPO) em 2021, pela EMIS, o número e o valor das compras online até Setembro deste ano são os mais altos já registrados. Para se ter uma ideia, o valor registado nos primeiros nove meses deste ano já é 221% maior do que o valor registado em todo o ano de 2023, ou seja, 3 vezes mais, enquanto a diferença do número de operações é de 282% a mais.

A pandemia da Covid-19 teve um efeito positivo na disseminação deste serviço, que também foi crescendo devido às dificuldades de acesso às Caixas Automáticas, permitindo evitar as longas filas e os enormes constrangimentos que se registam no acesso ao dinheiro físico.

Apesar da rápida evolução que se tem verificado nesta nova tendência de consumo, há ainda um longo caminho pela frente já que as compras online representam apenas 0,2% do total de compras realizadas na rede Multicaixa desde 2020, enquanto o número de operações desta modalidade de comércio equivale a 0,6% das compras. Desde 2020 já foram realizadas 9,8 milhões de operações e foram transaccionados 46,5 mil milhões Kz em compras online em kwanzas.

O GPO da rede Multicaixa é uma plataforma disponibilizada pela EMIS que permite o pagamento de produtos e serviços, sem leitura de cartão nos sites ou lojas virtuais de vendas através dos canais digitais (ATM e MultiCaixa Express), ou seja, permite a compra e venda de produtos de forma totalmente online. O pagamento pode ser efectuado por todos os cartões emitidos por bancos angolanos.

Com esta evolução do sistema de pagamentos nacional, muitas das grandes empresas que actuam no território nacional e já possuem lojas físicas viram a necessidade de agregar ao negócio uma loja virtual para venderem também online e acompanhar a evolução do mercado. São os casos da NCR, da SISTEC, da INOVIA, do Mundo da Casa e do supermercado Kibabo, por exemplo.