Valorização do dólar pressiona crude
O petróleo seguiu pressionado pela valorização do Dólar, enquanto os sinais de cortes de produção da OPEP+, as reduções no número de plataformas de perfuração de crude nos EUA atenuaram as perdas.
Os preços do petróleo tiveram uma semana de perdas, sendo que até terça-feira o Brent em Londres recuava 0,17% para 86,74 dólares por barril e o WTI em Nova York perdia 0,77% para 82,08 dólares. A pressionar os preços esteve a valorização do dólar, que torna o crude mais caro para os investidores que detêm outras moedas, enquanto a atenuar as perdas esteve a instabilidade geopolítica e os sinais de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+) vai manter os cortes de produção, bem como as notícias que indicam a redução no número de plataformas de perfuração de crude nos EUA.
Na semana, o índice Bloomberg dólar, que compara a força da moeda norte-americana face a um cabaz de 10 principais divisas, valorizou cerca de 0,52% para 104,12 pontos. Nos mercados accionistas, os principais índices negociaram em alta, com a expectativa de uma política monetária menos restritiva, após reuniões dos principais bancos centrais, com destaque para o corte inesperado das taxas de referência na Suíça e a subida já antecipada pelo mercado dos juros directores pelo Banco do Japão.
O índice de referência para o continente europeu, Stoxx 600, até a última sessão de terça-feira (fecho desta edição) somou o mais longo ciclo semanal de ganhos desde 2012 e valorizou cerca de 1,28% em relação à semana anterior.
Quanto aos outros índices da região, os que apresentavam o melhor desempenho na semana eram sobretudo o FTSE 100 do Reino Unido e o DAX da Alemanha, que crescia cerca de 2,61% e 2,51%, respectivamente. A par das expectativas de uma política monetária menos restritiva dos principais bancos, os índices na Europa foram também impulsionados pelo grupo britânico Ocado, que revelou vendas superiores ao esperado, depois de ter cortado os preços de seus produtos para lidar com o elevado custo de vida.
Nos EUA, a sinalização de que a Reserva Federal (Fed) do país continua a prever três descidas dos juros este ano impulsionou os índices. O S&P 500, referência para os EUA, valorizou cerca de 1,34% em relação à semana passada e cresceu cerca de 9,40% desde o início do ano. Em relação aos outros índices, o Nasdaq ganhou 2,17%, o Dow Jones subiu 1,44%, e o NYSE valorizou 1,09%. Entre os metais preciosos, o ouro era o único metal que estava a ser negociado de forma positiva, valorizando cerca de 0,97% em relação à semana passada, enquanto a prata e a platina caíam 1,84% e 1,31%, respectivamente, face à semana passada. A atenção dos investidores estava voltada para o indicador de inflação PCE, que reflete o conjunto de despesas do consumo privado. * Banco Angolano de Investimentos.