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Gestão

O relato não financeiro e as estratégias de descarbonização

Em análise

A capitalização do reporting de informação não financeira robusto e comparável deve ser visto como uma oportunidade e ponto de partida para uma série de iniciativas de extrema relevância, para que os vários stakeholders do mercado façam parte de uma recuperação económica sustentável, alinhada com as estratégias de médio-longo prazo, para uma economia descarbonizada.

Nos últimos anos, os fatores ESG (ambientais, sociais e de governança) têm vindo a ganhar expressão, passando de um mero elemento de comunicação com os stakeholders, para se tornarem elementos chave para a orientação e captação de investimento.

Os compromissos e metas em matéria de clima e sustentabilidade, as recentes declarações do World Economic Forum quanto às maiores ameaças que a humanidade enfrenta, e o contexto pandémico que atravessamos, têm vindo a despertar o interesse dos investidores nestes fatores, face à perceção dos reais impactos no negócio e na qualidade de vida da população.

A temática da Sustentabilidade, utilizada no passado, apenas na perspetiva da comunicação surgiu nas economias maduras, e evoluiu tornando-se num elemento diferenciador no processo de tomada de decisão de investimento.

O mesmo paradigma está a surgir nas economias emergentes, como é o caso de Angola, sendo a sua economia afetada por esta crescente importância de forma especialmente intensa, por via da dependência de indústrias extrativas, contribuidoras para as emissões de carbono, ao longo de toda a cadeia de valor dos produtos.

Para além disto, a economia Angolana encontra-se numa fase crítica de captação de investimento internacional consubstanciada no plano PROPIV, o que aumenta a necessidade de compreender o impacte dos fatores ESG, e da importância dos mesmos para os potenciais investidores neste programa, e em Angola, de forma lata. O Estado Angolano também tem apostado em dinamizar a forma como a economia Angolana olha para estes fatores, como ficou demonstrado pelos objetivos de transição energética apresentados na recente COP26.

A crescente importância dos temas ESG, são efetivamente a maior macro-conclusão do "investor Survey 2021" realizado pela EY, o qual se baseou em inquéritos realizados a líderes e investidores por todo o mundo. Deste survey, conclui- se que desde início da pandemia da Covid-19, 90% dos investidores inquiridos atribuem maior importância ao desempenho dos fatores ESG das empresas na sua estratégia de investimento e tomada de decisões, e cerca de 3/4 dos investidores inquiridos considera que a pandemia tornou-os mais propensos a desinvestir com base no fraco desempenho dos ESG.

(Leia o artigo integral na edição 656 do Expansão, de sexta-feira, dia 7 de Janeiro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)