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Grande Entrevista

"A falta de capital humano qualificado é uma das grandes lacunas dentro das organizações"

CARLOS BASTO OFFICE MANAGING PARTNER ERNST & YOUNG (EY) ANGOLA

O responsável máximo da EY em Angola diz que hoje as empresas angolanas já estão muito viradas para aquilo que são as melhores práticas de gestão e aponta a falta de qualificação do capital humano como grande lacuna dentro das organizações. Carlos Basto defende maior investimento nas universidades.

A Ernst & Young acaba de lançar um relatório sobre Integridade nas empresas angolanas. Que resultados nos pode avançar do estudo?

Essencialmente duas grandes mensagens. Apesar de haver ainda muito caminho a percorrer nestas matérias, nota-se que há uma evolução vinda do Executivo, de onde tem emanado, nos últimos tempos, um conjunto de legislação relacionada com o branqueamento de capitais e outras que ajudam, no fundo, a definir as regras daquilo que tem de ser o tratamento deste tipo de situações. As próprias empresas também começam a seguir este caminho, nomeadamente a pôr em prática as melhores práticas internacionais e os códigos de ética. Conforme frisei, o resultado diz que existe um longo caminho pela frente, pois nem tudo aquilo que é dito é feito. Por outro lado, algo que também é preocupante, e os índices internacionais dizem-no, Angola tem melhorado o seu índice de percepção de corrupção, embora haja também um longo caminho a percorrer nessa perspectiva. Noto que há igualmente uma preocupação clara do Executivo de melhorar e, por isso, também, as empresas e as próprias pessoas têm de caminhar e de trabalhar mais esse tema da integridade.

Está a dizer que houve melhorias na questão do branqueamento de capitais nas empresas...

Angola não está isolada no mundo. Por isso, as exigências das instituições estrangeiras para trabalharem com Angola obrigam a que as empresas tenham um conjunto de requisitos para que se perceba, por exemplo, quem está a fazer repatriamento de capitais. Para que Angola consiga posicionar-se no mundo tem de estar preparada para isto. Há aqui um conjunto de características, formas de trabalho e regras que devem ser adoptadas para que isso aconteça.

Mas Angola continua a aparecer em alguns relatórios como um País com altos níveis de corrupção...

Eu não consigo julgar o nível de corrupção, consigo sim avaliar o índice de percepção de corrupção e o que consigo dizer é que há uma melhoria, embora tímida, de Angola neste índice.

Como avalia as empresas angolanas no capítulo ético e comportamental, tendo em conta os resultados do estudo?

Há uma grande preocupação das empresas em começar a ajustar os seus códigos de conduta e, ao mesmo tempo, garantir que as pessoas estejam preparadas e tenham a informação para perceber que o comportamento ético é um não retorno, ou seja, a pessoa representa a organização e, nessa perspectiva, observa-se uma evolução em relação aos códigos de ética fruto também de alguma formação. Nós também hoje temos essa valência e somos chamados pelas principais organizações para dar formação, por isso, nota-se alguma preocupação no desenvolvimento dessas matérias.

Leia o artigo integral na edição 766 do Expansão, de sexta-feira, dia 08 de Março de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)