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África

Tribunal de Maputo obriga Plexus a pagar dívida de 2,4 milhões

EMPRESA DE ALGODÃO ENCERROU HÁ UM ANO

Além de salários em atraso na ordem dos 53 mil USD, a Plexus deixou inscritas no seu plano de recuperação dívidas a quatro bancos de 7,6 milhões USD.

O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo deu 30 dias à Plexus para pagar uma dívida de 156 milhões de meticais (o equivalente a 2,4 milhões USD), uma parcela de um passivo superior a 8 milhões USD que a empresa britânica deixou quando saiu de Cabo Delgado há quase um ano.

A empresa, que se autointitulava "o maior produtor de algodão de Moçambique", deixou dívidas inscritas no plano de recuperação de 8 milhões USD e mais de 50 mil pequenos agricultores sem terem a quem vender o seu algodão. Passado um ano, o complexo fabril situado no distrito de Montepuez, no norte do país, continua encerrado, apesar dos contactos do governo para tentar encontrar investidores interessados na sua revitalização.

"A nossa inteligência sugere que os problemas em Cabo Delgado vão continuar a agravar-se e, por isso vamos sair", afirmou Nick Earlam, CEO da Plexus Mozambique, há quase um ano, culpando a insurgência armada na província e os ciclones pelas dificuldades sentidas.

Além de salários em atraso na ordem dos 53 mil USD a cerca de 200 trabalhadores, a Plexus deixou inscritas no seu plano de recuperação dívidas a quatro bancos. O Banco Moza é o maior credor, com uma dívida em meticais equivalente a 3 milhões USD, seguindo-se o BCI com 2 milhões USD, o Acess com 1,7 milhões USD e o Societe Generale 900 mil USD.

As dificuldades financeiras da Plexus, que possuía duas fábricas de descaroçamento com uma "capacidade anual combinada de 60 mil toneladas de algodão", tornaram-se visíveis em 2020, quando a única concessionária de algodão em Cabo Delgado teve de ser socorrida pelo governo para evitar o encerramento. Em Fevereiro de 2020, o governo entregou 2 milhões USD à empresa para pagar aos produtores e voltar a operar, um quinto dos 10 milhões USD necessários para "superar" a crise financeira, como escreveu a Carta de Moçambique. O jornal notava que o algodão é a fonte de rendimento mais importante para milhares de camponeses nos distritos do sul de Cabo Delgado, particularmente Montepuez, Balama, Namuno e Chiure.

O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia,desencadeou então contactos para encontrar investidores e, já este ano, o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, disse que há diligências em curso para a revitalização do sector, sem no entanto apresentar interessados.

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