UE apoia presidência sul-africana do G20 após boicote dos EUA
A directora nacional do Instituto Sul-Africano de Assuntos Internacionais, Elizabeth Sidiropoulos, não descartou motivações comerciais nos ataques de Elon Musk à África do Sul, onde a Starlink ainda não tem presença porque, segundo ela, o homem mais rico do mundo "recusa abrir o capital a empresas detidas por negros".
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, manifestou o total apoio da União Europeia (UE) à presidência sul-africana do G20, após o boicote dos Estados Unidos à reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo das 20 economias, que decorre de 20 a 21 de Fevereiro, em Joanesburgo. Além da União Europeia, a China confirmou a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, no dia em Donald Trump assinou uma ordem executiva que suspende a Lei de Práticas de Corrupção no Estrangeiro, o que "abre a porta" ao aumento da corrupção em África, segundo especialistas ouvidos pelo Expansão.
O diploma que proíbe as empresas dos EUA de pagarem subornos a governos estrangeiros em troca da obtenção ou manutenção de negócios.
"Expressei o total apoio da UE à liderança da África do Sul no G20 e à sua ambição de reforçar a cooperação multilateral e o Pacto para o Futuro para abordar as questões globais mais prementes", escreveu o português António Costa, na rede social X, anunciando a realização de uma cimeira bilateral a 13 de Março, para "aprofundar os laços com a África do Sul, como um parceiro fiável e previsível".
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, justi ficou a sua ausência da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, em Joanesburgo, com o tratamento dado pela África do Sul aos agricultores brancos, por causa da ratificação da Lei das Expropriações, e com o tema da presidência sul-africana do G20, centrado na "solidariedade, igualdade e sustentabilidade", bandeiras contrárias à agenda da Administração Trump.
"Não participarei na cimeira do G20 em Joanesburgo. A África do Sul está a fazer coisas muito más. Expropriação de propriedade privada. Usar o G20 para promover a "solidariedade, igualdade e sustentabilidade", escreveu Marco Rubio na rede social X, acrescentando que o seu trabalho era promover os interesses nacionais da América e "não desperdiçar o dinheiro dos contribuintes ou mimar o antiamericanismo".
País soberano e democrático
Esta segunda-feira, Donald Trump assinou uma ordem executiva que suspende a Lei de Práticas de Corrupção no Estrangeiro, diploma de 1977 que proíbe as empresas dos EUA de pagarem subornos a governos estrangeiros e que tem estado por trás de várias condenações no país.
Leia o artigo integral na edição 813 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Fevereiro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)