Fed mantém juros inalterados e sinaliza possível corte em Setembro
O presidente do banco central norte-americano manteve os juros num intervalo entre 5,25% e 5,5%, um nível no qual as taxas se mantêm há 12 meses, mas moderou o discurso. Assim, estas são as taxas mais altas desde 2001.
A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) manteve as taxas de juro inalteradas em máximos de 23 anos, com o presidente do banco central a preferir dar mais tempo à inflação para baixar para níveis próximos do objectivo de 2% da instituição.
"Houve mais algum progresso em direção à meta de 2% [de inflação] do Comitê", disse o Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central (FOMC) em comunicado ao final da reunião de política monetária de dois dias, na qual manteve sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,5%, o que representa o nível mais elevado desde 2001. Mas também preparou o terreno para um corte nos juros em sua reunião de 17 e 18 de Setembro, apenas sete semanas antes das eleições de 5 de Novembro nos EUA.
No entanto, os responsáveis moderaram o seu discurso indicando que vão considerar os riscos ao nível da inflação e do emprego nas decisões futuras, quando até aqui apenas indicavam a os riscos inflacionistas, abrindo a porta a descidas de juros no futuro.
"Indicadores recentes sugerem que a actividade económica continuou a expandir-se a um ritmo sólido", indica a Fed no comunicado publicado esta quarta-feira. A autoridade monetária refere que a criação de emprego moderou-se e "a taxa de desemprego aumentou, mas permanece baixa. A inflação diminuiu ao longo do ano passado, mas permanece um pouco elevada", com a entidade a referir que, nos últimos meses, houve "alguns progressos adicionais em direção ao objetivo de inflação de 2%".
No último comunicado, relativo ao encontro de 12 de junho, o banco central apontava apenas progressos "modestos" na inflação.